Nesta segunda-feira, dia 26 de julho, serão completados 113 anos que o Automóvel Clube de São Paulo promoveu e dirigiu a primeira corrida da América do Sul, no “Circuito de Itapecerica”. Com vistas à realização do evento, no começo de junho se reuniram Antônio Prado Júnior, José Paulino Nogueira Filho, Numa de Oliveira, Clóvis Glicério e o filho de um mogimiriano: Sílvio Álvares Penteado.
Seu pai, Antônio de Álvares Leite Penteado, é mais conhecido pelo título romano concedido pelo Papa Pio X, em 1907, de conde Álvares Penteado. Ele nasceu em Mogi Mirim em 1852. O filho, Sílvio, tem a cidade natal em discussão. As referências biográficas indicam sempre o nascimento na Fazenda Palmares. A área era enorme, com indicações de território em Araras, mas também em Mogi. De toda forma, Sílvio nasceu em 25 de julho de 1881, sendo também filho de Anna Paulina Franco Lacerda Penteado.
A corrida
Os entusiastas conseguiram a cooperação do Prefeito Barão de Durat que autorizou os reparos das estradas que rapidamente ficaram em condições de receber uma competição automobilística, nos moldes exigidos à época. O circuito escolhido tinha saída e chegada no Parque Antártica, percorrendo a estrada para Itapecerica da Serra.
De lá os concorrentes deveriam seguir pela Avenida Antártica (atual Av. Francisco Matarazzo) e virar à direita na Rua Tabor (atual Rua Cardoso de Almeida) até chegarem à Rua Cerqueira Cesar (atual Rua Teodoro Sampaio) onde dobravam à direita, passando pelo Mercado dos Caipiras (atual Mercado de Pinheiros), pela ponte de Pinheiros em direção a Embu e, virando à esquerda chegavam a Itapecerica.
Depois de atravessarem novamente o Rio Pinheiros, os competidores dobravam à esquerda na direção de Santo Amaro, seguiam pelo Caminho de Santo Amaro (atual Av. Brigadeiro Luís Antônio, dobravam à esquerda entrando na Av. Paulista onde seguiam até a Av. Municipal (atual Av. Dr. Arnaldo), Rua Tabor, Avenida Antártica chegando novamente ao Parque Antártica depois de terem percorrido 75 quilômetros.
No dia marcado compareceram à largada 16 participantes sendo: duas motocicletas “Moto Griffon” na categoria “A”; um Delage e dois Lion-Peugeot na categoria “B”; um Renault 20/30 HP, um Berliot 22 HP, dois Diatto Clemente 20/25 HP, e dois Clement Bayard na categoria “C”; dois Fiat 28/40 HP e um Lorrraine Dietrich de 35HP na categoria “D”; e um Lorraine Dietrich de 60 HP na categoria “E”.
Entre os pilotos quatro eram do Rio de Janeiro e 12 de São Paulo. Gastão de Almeida vinha cobrindo percurso no menor tempo e já levava cinco minutos de vantagem sobre Sílvio Penteado quando passou por Santo Amaro. Porém, faltando cerca de 6 quilômetros para a chegada, o depósito de óleo do seu Lorraine-Dietrich soltou-se obrigando o piloto carioca a parar.
Ele foi ultrapassado por Sílvio Penteado, que cruzou a linha de chegada depois de 1 hora, 30 minutos e 5 segundos, batendo, assim, o mais potente carro de Haetjens em 1 minuto e 50 segundos, sagrando-se vencedor da prova. Sua média foi de 49,953 km/h. Apenas dois carros não chegaram ao final da prova e o problema enfrentado por Gastão de Almeida fez com que se classificasse apenas na sexta posição.
Esta é a história daquela que é tratada como a primeira corrida de automóveis da América do Sul e que teve este filho de mogimiriano e oriundo de nossa região como um dos grandes nomes. (Com informações da Luiz Racing)