Fechada a quarta edição do Festival de Inverno de Mogi Mirim, a Banda Lyra Mojimiriana comemora o resultado. No total, cerca de quatro mil pessoas de diversas cidades da região passaram pelas apresentações promovidas durante o festival, que incluiu diversos gêneros musicais e fechamento com o show da Zizi Possi e a Orquestra da Banda Lyra.
De acordo com o maestro da Lyra e diretor artístico do Festimm, Carlos Lima, os ingressos ficaram esgotados em quase todas as apresentações e “foi um resultado de união de forças para o desenvolvimento de cultura na cidade”.
“A gente tem recebido manifestações até do exterior, de amigos, de artistas, secretários de culturas (…). Acho que o Festimm é uma gota no oceano, mas serve de indicador de que se a cidade promover eventos é correspondida”, declarou o maestro.
O Festimm é um evento que já atrai a presença de turistas na cidade e a afirmação é baseada em dados divulgados na terça-feira pela Lyra. Durante todo o Festimm uma equipe do Sebrae esteve presente nos eventos coletando dados a fim de traçar o perfil dos participantes, e é com base nas informações adquiridas que a Lyra percebe o quanto o festival já chama a atenção de pessoas de fora da cidade. No total, 20% dos participantes do Festimm são de outras cidades, incluindo municípios da região e até São Paulo e São Carlos. O público de São Carlos veio exclusivamente para o show da Zizi Possi.
Outros dados, estrategicamente coletados, mostram que a maioria do público participante foi feminino, que faixas etárias acabam empatadas e que a maior parte tem ensino superior completo. No caso da renda, a grande maioria apontou receber valores que migram entre R$ 3 e R$ 7 mil reais, mas é importante notar que 23% das pessoas (que é uma grande porcentagem) também têm renda abaixo disso. Assim, conforme aponta o maestro é possível concluir que música clássica não atrai e é somente destinada a elite, conforme o senso comum aponta.
“Essa pesquisa certifica que estamos no caminho certo. É um parâmetro para futuros eventos. Uma coisa que me incomoda muito e tenho muito medo é que fique voltado para a elite. Nós tocamos Beethoven e o Beethoven mesmo foi um grande contestador da época e quando você toca dizem que é da elite. O que é elitizado é o acesso ou a falta de você fazer as coisas. Não precisa ser rico para consumir cultura”, disse o maestro.
Para o próximo ano, Lima disse ter a preocupação em fazer o Festimm ainda melhor. Neste ano, por pouco o Festimm não ficou reduzido somente às atividades que poderiam ser realizadas pela Lyra, mas por conta de patrocínios recebidos as atividades puderam ocorrer e em grande estilo, conforme o público pôde conferir.
“A cultura não se faz por decreto, a cultura se constrói, embora envolva obrigação do poder público, os agentes culturais têm que agir também. Mogi Mirim está dormindo no tempo, não só em âmbito político, mas a grande lição do Festimm é não desista dos seus sonhos”, finalizou Lima.
O show da Zizi Possi
Cerca de 600 pessoas conferiram o show da Zizi Possi, realizado na noite de 10 de julho no Cube Mogiano em Mogi Mirim. Os convites não se esgotaram, já que havia 940 convites disponíveis, mas ultrapassou as expectativas da organização que ficou muito feliz com o resultado.
No palco, Zizi e a Orquestra foram brilhantes e em cerca de uma hora de show conseguiram emocionar o público, com canções como Asa Morena, Disparada, A Paz, Who Wants To Live Forever e a Per Amore, etc.
O show de Zizi custou à Lyra cerca de R$ 50 mil e rendeu cerca R$ 20 mil reais de lucro. O valor será agregado ao que foi arrecadado no Bar Café Festimm, que foi cerca de R$ 4 mil. O montante será utilizado pela Lyra para quitar algumas pendências financeiras e investir em projetos futuros.
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Crédito das Fotos: Atipo Design & Branding