A Federação Paulista de Futebol (FPF) realizou no final da tarde desta quinta-feira, 27, o Conselho Técnico da Segunda Divisão do Campeonato Paulista. O encontro promovido de forma remota, através de videoconferência, contou com a presença de 35 representantes de seus respectivos clubes. A expectativa era pela presença do Mogi Mirim Esporte Clube, já que, nas últimas semanas, o clube havia participado dos encontros realizados pela FPF. Porém, o clube não constou na relação publicada pela Federação logo após o encontro.
A reportagem de O POPULAR tentou contato com Luiz Henrique de Oliveira, atual ex-presidente do Sapão e que ainda pleiteia o registro de sua reeleição e, mesmo sem a condição legal de presidente do clube, vinha sendo aceito pela FPF para representar a agremiação. Porém, o dirigente não atendeu as ligações para explicar o motivo do clube não participar do Congresso Técnico desta quinta. Vale destacar que, em junho, a Federação informou a O POPULAR, que uma das exigências para liberar o Mogi no estadual seria a confirmação da representatividade legal da diretoria.
Dos 42 clubes que constavam inscritos na Bezinha em março deste ano, antes da suspensão do início do torneio, antes previsto para abril, apenas seis ficaram fora. Com a ausência, o Mogi Mirim completará uma situação inédita desde que retomou o profissionalismo, em 1970. Pela primeira vez a agremiação ficará dois anos seguidos fora de campeonatos profissionais. Após estrear no Campeonato Paulista em 1954, o Mogi esteve na Terceira Divisão em outras três oportunidades (1955, 1957 e 1958).
Após ficar 11 temporadas de dedicação total ao amadorismo, o clube retornou ao estadual da FPF em 1970. Seguiu no torneio de forma sequencial até a temporada de 1975 e se ausentou apenas em 1976. A partir de 1977, emendou uma série de 42 temporadas sempre participando de ao menos uma divisão do Paulista. O declínio começou a ser escrito em 2015, quando o clube já vivia os problemas do fim da “Era Rivaldo” e viu assumir a administração o empresário Luiz Henrique de Oliveira.
Com ele no comando, o Sapo emendou uma inédita série de três rebaixamentos seguidos no estadual, deixando a elite, em 2016, para cair à Segunda Divisão (quarto degrau do futebol estadual) em 2019. Neste meio tempo, o Sapao disputou um total de seis competições, sendo rebaixado em cinco (também caiu na Série B de 2015 e na Série C de 2017). O péssimo desempenho esportivo, somado ao caos financeiros, administartivo, político e patrimonial chegou ao ápice da crise com a ausência profissional, já que o clube não reuniu condições de disputar o estadual em 2019. Para este ano, o torcedor conviveu com promessas de que a retomada se tornaria real, porém, mais uma vez, o torcedor alvirrubro viu o clube ausente do Paulista.
Bezinha
Além do Mogi Mirim EC, Joseense, Jaguariúna, São Carlos, Santacruzense, Taquaritinga e Taboão da Serra também ficaram fora. O Osasco FC foi substituído pelo SKA Brasil, de Santana do Parnaíba e administrado por Edmílson, campeão da Copa do Mundo de 2002 com a Seleção Brasileira.
Manthiqueira, América, Amparo, Andradina, Francana, Internacional de Bebedouro, Flamengo de Guarulhos, Itararé, Guarulhos, Araçatuba, Bandeirante de Birigui, Barcelona, Brasilis, Assisense, Atlético Mogi, Elosport, XV de Jaú, SKA Brasil, Grêmio São-carlense, Mauaense, Grêmio Prudente, Independente de Limeira, Jabaquara, Mauá, Osvaldo Cruz, Rio Branco, São José, Esportiva Itapirense, Matonense, Tanabi, Tupã, União Barbarense, União Mogi, União Suzano e Vocem foram os clubes que confirmaram presença na competição.
Os clubes participantes da se comprometeram, por meio de termo assinado e enviado à FPF, a cumprir rigorosamente os Protocolos de Saúde e de Operação de Jogo, que preveem, entre outras exigências, a realização semanal de exames PCR em toda delegação. A FPF irá custear testes para todos os clubes antes do início dos treinamentos. De acordo com os protocolos, a primeira fase da competição necessita de cinco testes semanais por clube. Destes, a FPF custeará três testes, restando apenas dois testes a cargo dos clubes. O custeio dos testes das próximas fases será definido nos Conselhos Técnicos de cada etapa.
Todos os jogos terão um delegado e um responsável pela operação do jogo, além de profissionais da equipe de apoio, cujo custo será de responsabilidade da Federação Paulista de Futebol. Cada clube poderá inscrever 26 atletas para a competição, com a possibilidade de ter até cinco atletas amadores na súmula em cada jogo. A Federação Paulista de Futebol irá custear o transporte dos clubes mandantes que não puderem atuar em suas sedes (caso das cidades que não estejam na fase amarela ou verde do Plano São Paulo), se assim for solicitado pelas agremiações.
Não serão cobradas dos clubes as taxas de inscrições dos atletas inscritos. A FPF e os clubes solicitarão ao Centro de Contingência do Coronavírus do Governo do Estado de São Paulo a autorização para poderem iniciar os testes de Covid-19, clínicos e físicos, além das avaliações fisiológicas no dia 8 de setembro. Será pedida ainda a liberação para que os treinos possam acontecer a partir de 14 de setembro. A previsão para o início da Segunda Divisão é 18 de outubro. Na primeira fase, os 35 clubes serão divididos em sete chaves regionalizadas. As chaves só devem ser divulgadas em 4 de setembro.
A expectativa é de que Esportiva Itapirense, Brasilis, Rio Branco e União Barbarense tenham a companhia de Amparo ou Independente de Limeira. Na primeira fase, as equipes devem atuar em dois turnos (oito jogos cada), com término esperado para o dia 28 de novembro. Já a conclusão do torneio deve ocorrer em 16 de dezembro. Os dois finalistas garantirão o acesso para a Série A3 de 2021. Já a criação de uma espécie de Série B2 a partir do ano que vem está descartada e, os clubes ausentes em 2020, e que estiverem aptos a atuar no ano que vem, poderão jogar normalmente a Bezinha. Vale destacar ainda que a FPF anunciou que todos os jogos terão transmissão por streaming, pela plataforma Mycujoo.
Crédito da foto: Nelson Victal do Prado Júnior