A Secretaria Municipal de Saúde confirmou o primeiro caso de transmissão da febre chikungunya em Mogi Mirim, neste ano. Trata-se de um homem, morador do Parque da Imprensa, bairro da zona Oeste, com faixa etária de 40 anos. O resultado do exame chegou do Instituto Adolfo Lutz, da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, na quinta-feira.
Segundo a secretária de Saúde, Rosemary Fátima Silva, a Rose, é um caso autóctone, ou seja, transmitido dentro da cidade. O paciente começou a apresentar os sintomas há uma semana. Ele fez o teste para dengue, mas o resultado deu negativo. Os efeitos da doença só intensificavam e, por isso, foi solicitado o exame para a chikungunya.
A Febre Chikungunya é uma doença transmitida pelos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus. Durante entrevista à imprensa, a secretária fez um apelo sobre a extrema importância da população se conscientizar sobre o problema, combatendo os criadouros do mosquito e não jogando lixo nas ruas, avenidas e em terrenos.
Diante dessa confirmação, Rose explicou que todas as secretarias municipais estão empenhadas em tomar as medidas cabíveis para evitar que a doença se alastre e, principalmente, minimizar os efeitos de epidemia prevista para 2018. Além das mobilizações que vêm sendo realizadas pelo Poder Público, ações nas escolas municipais também devem abordar o tema. As contas do Serviço Autônomo de Água e Esgotos (Saae) ainda trarão uma mensagem de alerta sobre a dengue.
O próximo passo da Saúde é fazer uma busca por criadouros na região onde o paciente mora, realizando a limpeza da área e a aplicação de inseticida via aparelho costal, a chamada nebulização costal. O homem está afastado do trabalho e segue com o tratamento em casa, uma vez que, de acordo com a Prefeitura, seu quadro ainda não requer internação.
A secretaria já contabilizou 15 casos de dengue em 2017, registrados em diversas partes do município, desde a área Leste à região do Morro Vermelho. “O mosquito não está num lugar só. Ele é democrático”, afirmou Rose.
É válido reforçar que o mosquito Aedes aegypti é silencioso e está cada vez mais resistente, proliferando em água limpa ou suja, parada ou corrente e até em fezes. Em 2015, município teve 11 mortes por dengue. No Brasil, a circulação do vírus foi identificada pela primeira vez em 2014.
Os principais sintomas são febre alta, acima de 39 graus, de início rápido, e dores intensas nas articulações dos pés e mãos. Também podem ocorrer dor de cabeça, dores nos músculos e manchas vermelhas na pele. Os sintomas iniciam entre dois e doze dias após a picada do mosquito. Cerca de 30% dos casos não apresentam sintomas.
Não existe vacina ou tratamento específico para chikungunya. Os sintomas são tratados com medicação para a febre e as dores articulares. Não é recomendado usar o ácido acetil salicílico (AAS) devido ao risco de hemorragia. Recomenda-se repouso absoluto ao paciente, que deve beber bastante líquido.
Ano passado
A cidade já teve dois casos confirmados de febre chikungunya em 2016. O primeiro tratava-se de uma mulher de 57 anos, moradora da zona Sul. Já o segundo era de outra mulher de 65 anos, residente na zona Norte da cidade. Os casos foram registrados pela Secretaria de Saúde.
Na época, a Prefeitura informou que os dois foram importados, ou seja, contraídos fora do município. Ambas as mulheres viajaram para Pernambuco, estado que chegou a ter a situação de emergência prorrogada devido às doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti.