domingo, abril 20, 2025
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Feminicídio: mulher é espancada até a morte, no Parque das Laranjeiras

Valdir Fray já tem passagens por roubo e tráfico de drogas (Foto: Divulgação)

Mogi Mirim registrou outro caso de feminicídio na manhã da última segunda-feira, dia 30. Solange Ricardo Tomaz Fray, de 54 anos, foi espancada até a morte, no Parque das Laranjeiras, bairro da zona Leste. O suspeito é companheiro da vítima, o pedreiro Valdir Fray, de 56, preso em flagrante pela Polícia Militar (PM). O crime ocorreu na residência onde o casal morava, à Rua Antônio Benedito Pereira, antiga Rua 24.

O pedreiro foi indiciado por homicídio qualificado, crime hediondo. Pela nova lei, denomina-se feminicídio. Na casa, os policiais apreenderam uma ripa de madeira, uma vassoura, uma bermuda de Fray e um tecido com manchas de sangue, localizado em um dos quartos.

Segundo informações da PM, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) estava no local, mas a vítima foi encontrada caída, já sem vida, no chão da cozinha, cômodo ainda em construção, por volta das 7h30. Ela apresentava muitos hematomas pelo corpo, principalmente no rosto, e também teria sido agredida com pauladas na região das costas.

A mulher já havia registrado vários boletins de ocorrência contra o companheiro na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM). Solange era natural de Goiânia-GO, mas foi sepultada no Cemitério da Saudade, em Itapira, cidade dos familiares, na tarde de terça-feira. Em versão apresentada à polícia, Fray disse que a mulher chegou em casa machucada, de madrugada, e pediu para que ele cuidasse dela. O pedreiro, então, chamou a PM e o Samu e ainda teria dado um banho na companheira, momento que ela não resistiu aos ferimentos.

Diante da inconsistência do depoimento, os policiais, em conversas com vizinhos, apuraram que o casal brigava constantemente. Desde a última sexta-feira, dia 27, as brigas eram contínuas. Um das testemunhas relatou ter ouvido, na madrugada de segunda, sons de tapas e socos, bem como a vítima pedindo para que o companheiro parasse com agressões porque poderia matá-la.

Os policiais militares também confirmaram que a vítima não foi vista saindo de casa, como havia alegado o companheiro, desde sexta passada, quando começaram as discussões. A causa do crime é desconhecida, mas a polícia considera que o ato tenha sido praticado por motivo fútil, uma vez que Fray brigava com a mulher sem qualquer razão, usando de meio cruel e sem a possibilidade de defesa da vítima.

Um pedaço de madeira e vassoura foram apreendidos no imóvel (Foto: Divulgação)

De acordo com os policiais, os atos violentos teriam começado no quarto da casa, de onde Solange teria saído quando foi fatalmente agredida, caindo na cozinha. Investigadores e a autoridade policial foram acionados até a residência. A perícia localizou, atrás da porta da cozinha, próximo ao corpo da vítima, o pedaço de madeira e a vassoura, com cabelos, possivelmente de Solange, o que indica que os objetos podem ter sido utilizados nas agressões físicas.

Solange iniciou a convivência com o pedreiro depois de tempos da morte do seu primeiro marido, que era irmão de Fray. Eles passaram a morar juntos na casa que era de propriedade da vítima. Conforme os PMs levantaram, sempre que sofria as agressões, Solange ia para a casa da família, contudo acabava retornando a pedido do companheiro.

Mesmo confrontado, o pedreiro não demonstrou qualquer arrependimento e manteve sua versão, negando a autoria do assassinato. Os policiais verificaram que o suspeito estava com pequenos arranhões pelo corpo e as mãos inchadas, sendo submetidas a um exame pericial. Ele ainda passou por exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) de Mogi Guaçu.

A polícia acredita que o banho dado na vítima pelo companheiro tenha sido com a intenção de dissimular as agressões, pois ele achava que Solange fosse socorrida com vida pelo Samu. Além de violência doméstica, Fray tem passagens por roubo e tráfico. O delegado Paulo Agostinete confirmou a voz de prisão e o pedreiro seguiu para a Unidade de Detenção, em Itapira. Ontem, Fray foi transferido para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Americana.

Crime ocorreu na casa onde o casal morava, no Parque das Laranjeiras, na zona Leste (Foto: Divulgação)

Entenda
Feminicídio é o assassinato de uma mulher pela condição de ser mulher. Suas motivações mais usuais são o ódio, o desprezo ou o sentimento de perda do controle e da propriedade sobre as mulheres, comuns em sociedades marcadas pela associação de papéis discriminatórios ao feminino, como é o caso brasileiro.

Em agosto deste ano, Juliana Máximo da Silva, de 35 anos, foi assassinada com um tiro na cabeça pelo ex-companheiro. Em Mogi Guaçu, no dia 27 do mesmo mês, a dona de casa Dávinny Darini Alves, de 23 anos, foi morta cruelmente, com diversos golpes de faca, pelo ex.

A Lei 13.104, conhecida como a Lei do Feminicídio, foi promulgada no dia 9 março de 2015. Ela torna o homicídio de mulheres em crime hediondo quando envolve violência doméstica e familiar, e menosprezo ou discriminação à condição de mulher.

Caso recente
Na última semana, um jovem de 22 anos foi preso em flagrante pela Polícia Militar (PM), acusado de espancar a companheira. O desempregado Thiago Apolinário Silveira vai responder por lesão corporal. O caso aconteceu na residência do casal, na zona Leste de Mogi Mirim. Os policias militares foram chamados, por volta das 7h, para atender uma ocorrência de violência doméstica.

No local, eles encontraram uma mulher de 26 anos, que estava com o rosto desfigurado, e também conversaram com uma testemunha, irmã da vítima. A mulher contou aos PMs que havia sido agredida pelo jovem de forma intensa, com socos, pontapés e pauladas, principalmente na face.

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