Uma discussão terminou em tiroteio, na manhã da última terça-feira, na região do Complexo Esportivo José Geraldo Franco Ortiz, o Lavapés, zona Sul. O motivo da briga, que envolveu um policial militar da Força Tática, foi um acidente de trânsito, sem vítimas, ocorrido no dia 10 deste mês. Por sorte, ninguém foi atingido pelos disparos.
Na sexta-feira da semana passada, depois do acidente entre uma motocicleta e um veículo, um Fiat Uno, duas mulheres combinaram de fazer o acerto do prejuízo próximo a uma banca de revistas, no Zerão. No entanto, por volta das 11h, uma delas chegou acompanhada do irmão, um policial de 25 anos, para fazer a entrega do orçamento e negociar o valor com a outra motorista.
O PM, que estava de folga e, portanto, sem farda, não se identificou e começou a negociação. Após um desentendimento em relação à proposta do acerto, um amigo da motorista do Fiat Uno, que também estava na banca, estabelecimento de sua propriedade, entrou em luta corporal com o policial. Nesse momento, o PM teria, ao levantar a camisa, exibido uma arma, tipo pistola, presa à cintura.
O amigo, então, resolveu fazer uma ligação para o irmão, um comerciante de 51 anos, também dono da banca de revistas, pedindo ajuda, enquanto o policial militar e a irmã continuavam conversando com a mulher. Em seguida, o comerciante chegou ao local, dirigindo um Vectra azul, e entregou um revólver para o irmão, quando começou o tiroteio.
O policial e a irmã tentaram sair do local. O PM se escondeu atrás de um carro e efetuou um tiro de alerta, sendo revidado com mais dois disparos. O policial disparou novamente e correu com a irmã, ocasião em que foram perseguidos pelo comerciante do Vectra. Durante a fuga, os irmãos pularam no lago Lavapés.
O amigo da motorista do Uno disse que jogou a arma pelo local, contudo ouviu dizer que o revólver teria sido lançado na água. Ao saber que o homem era um policial, ele se apresentou espontaneamente na delegacia. Já o comerciante foi localizado em uma outra banca da família, no bairro Aterrado, e detido. Ele alegou que foi atrás do PM com a intenção de cessar a briga.
O policial sofreu algumas escoriações pelo corpo. Todos prestaram depoimento e foram liberados. Em versão apresentada à polícia, o PM confirmou que carregava uma pistola, calibre .40, pertencente à corporação, uma vez que iria assumir o turno das 13h, na cidade de Mogi Guaçu. A arma do PM foi apreendida e deve passar por perícia.
Na delegacia, a autoridade policial determinou que os envolvidos fossem submetidos ao exame de corpo de delito e ao exame pericial residuográfico, que pode detectar a presença de pólvora. O caso foi registrado como lesão corporal e disparo de arma de fogo e um inquérito policial instaurado.
Investigadores fizeram buscas no Lavapés, mas não conseguiram encontrar o outro revólver. Procurado por O POPULAR, o 26º Batalhão de Polícia Militar do Interior (BPM/I) informou que, em virtude do policial envolvido estar de folga, o fato deve ser investigado pela Polícia Civil.