sábado, novembro 23, 2024
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Caminhada e criatividade por Luís Otávio de Toledo

Já não é novidade que o hábito de praticar atividade física traz uma série de benefícios para a saúde, tanto no aspecto fisiológico quanto cognitivo. Corpo e mente são indissociáveis, logo a melhora de um tende a puxar o outro para cima, assim como a piora de um, tende a puxar o outro para baixo.
Nesse sentido, a pesquisadora americana Marily Oppezzo, que estuda comportamento e aprendizagem, decidiu investigar o efeito que uma simples caminhada tem sobre a criatividade, através de quatro estudos, sendo que destacarei um deles.
No experimento em questão, foi solicitado que os participantes colocassem no papel o maior número de ideias possíveis referente a determinado tema, em inglês esse processo é conhecido como brainstorming (tal palavra se refere a debate, mas tem conotação, numa tradução livre, de “tempestade de pensamentos”).
Após definir a tarefa, dividiram os participantes em três grupos: o primeiro ficava sentado enquanto realizava o teste e, após certo período, fazia um outro teste, ainda sentado. O segundo grupo iniciava o teste sentado, mas fazia o outro teste enquanto caminhava numa esteira. O terceiro grupo fazia o teste inicial caminhando e depois sentado.
De acordo com os critérios estabelecidos para analisar a criatividade, se chegou à conclusão que o grupo que ficou sentado teve resultados parecidos no teste inicial e final, tendo em média vinte ideias criativas por pessoa no período. Já o segundo grupo, que iniciou sentado, apresentou resultado parecido no primeiro teste, mas praticamente dobrou o número de ideias criativas no segundo teste (caminhou neste)!
Ainda mais interessante, o grupo que iniciou caminhando já teve o dobro de ideias criativas que os demais participantes no primeiro teste e conseguiu manter a média elevada para praticamente empatar com o segundo grupo (aquele que caminhou no último teste), mesmo enquanto as pessoas do terceiro grupo estavam sentadas. Ou seja, devido ao fato de ter praticado atividade física alguns minutos antes do teste final, o grupo apresentou praticamente os mesmos benefícios daqueles que estavam praticando a caminhada.
Vale destacar que o ritmo de caminhada era confortável para cada praticante, pois um ritmo acelerado dificultaria o ato de pensar. Tal tipo de estudo serve para corroborar que o equilíbrio é importante em todos os aspectos de nossas vidas. Não basta querer ter a mente brilhante, se não exercitar (um pouco que seja) o corpo para abrigá-la.

 

Luís Otavio Bueno de Toledo

E-mail: [email protected]
Personal trainer graduado pela USP (bacharel em Esporte graduado em 2012 – trabalhou na área fitness do Clube Paineiras do Morumby em São Paulo e no Clube Mogiano, em Mogi Mirim)

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