sábado, abril 19, 2025
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Em rota de colisão consigo mesmo

Ex-secretário de Governo anuncia saída do PSD da base aliada, mas vereadores
da sigla afirmam que seguem com CNB

Falta pouco mais de 12 meses para as eleições municipais do ano que vem, quando serão eleitos prefeito, vice e 17 vereadores. O tempo passa rápido. 2020 bate à porta. E os bastidores da política já fervem. Enquanto se discute sobre quem serão os personagens principais, está acontecendo, por detrás dos palcos, os ensaios dos atos. O primeiro deles foi na sexta passada. Danilo Zinetti rompeu com o prefeito Carlos Nelson Bueno e deixa a Administração. Sem dúvidas, para assumir um papel de destaque no próximo pleito.
O ex-secretário de Governo fez um bom trabalho em 2016, ajudou a montar o grupo que saiu vencedor, com Carlos Nelson eleito. Agora, parece querer voos mais altos. Quem sabe como principal protagonista.
A arte da política, tal qual uma peça teatral de sucesso, é a de encantar a plateia. Ser persuasivo. No bom sentido. Com boas ideias. Criativo. E honesto, acima de tudo. Embora o fator econômico pese, muitas vezes. Para obter sucesso, ser campeão de audiência, é necessário, antes de tudo, ter a capacidade de agregar. Unir pessoas, partidos e projetos em torno de uma campanha vitoriosa. Vai ter de mostrar habilidade para isso.
A contar do seu primeiro ato, o que se vê é um monólogo. Quis pegar todos de surpresa com uma atuação pródiga, mas muito mal ensaiada. Anunciou a este jornal que o seu partido, o PSD, está fora do governo. Aí que mora o problema. Os dois vereadores da legenda, Orivaldo Magalhães e Jorge Setoguchi, que tiveram mais da metade do total de votos da sigla em 2016, afirmam que seguem com Carlos Nelson. E no PSD!
Nessa queda de braço, o presidente do PSD corre o risco de ficar isolado. Pois, se houver expulsão por infidelidade partidária, Magalhães e Setoguchi se filiarão a uma sigla da base governista. E o Social Democrata deixa de ter dois dos maiores puxadores de votos, neste momento. Se isso não acontecer, fatalmente o PSD voltaria para o colo do governo, onde Danilo teria um papel, no máximo, de figurante. O Partido Social Democrata de Mogi Mirim vive uma situação atípica. Está em rota de colisão consigo mesmo.
A única saída possível é conseguir aglutinar partidos da oposição em volta dele, ou do PSD. Há, pelo menos, dois nomes de peso na oposição que devem assumir papel de protagonista nas próximas eleições – dos ex-prefeitos Ricardo Brandão, ex-MDB e agora no Podemos, e Paulo Silva, ex-PSB e, agora, no PDT. Difícil imaginar os dois juntos contra Carlos Nelson. Difícil também imaginar uma quarta via à altura desses personagens. A não ser que apareça uma estrela e reluze para o eleitorado, como um Bolsonaro ou um Stupp da vida. Difícil!

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