O futebol amador de Mogi Mirim segue em preto e branco. Pela 17ª vez em 55 campeonatos registrados, a Associação Atlética Tucurense saiu como campeã. O título mais recente foi registrado no domingo, 22, quando a equipe venceu o Vila Chaib por 1 a 0. O gol foi marcado pelo volante Artur, aos 10 minutos do primeiro tempo. Um lance que já estava ensaiado. Em vários sentidos.
“Conheço a batida na bola do Iago. É sempre uma bola de velocidade e isso ajudou. Me posicionei bem e fui feliz na conclusão. Durante a semana, algo me dizia que iria fazer um gol na final. Não sou muito de marcar, mas foi na hora certa”, brincou o camisa 8 tucurense. O gol coroou uma partida bem articulada pela Veterana. Com o gol no início, o clube soube controlar os nervos e segurou ao máximo o time da Zona Leste.
O Vila Chaib chegou a empatar no primeiro tempo, com o meia Tiago Garça, mas o gol foi bem anulado pela arbitragem. Na etapa final, Giu fez para a Tucurense e o gol também foi invalidado. Além destas chances, os times pararam na força das zagas e dos goleiros, Mateus, do Vila e Gu, da Tucurense, que tiveram atuações destacadas.
Ao final, festa da torcida alvinegra misturada a uma confusão. Brigas e até garrafas jogadas no gramado criaram um clima de tumulto, que foi encerrado mesmo sem o apoio de autoridades. Sem nada mais grave, foi hora de celebrar. “Estou muito feliz. Em 2014 eu fui vice-campeão aqui pelo Santa Luzia e em Mogi Guaçu e, este ano, consegui ser campeão lá pelo Comercial e aqui”, frisou o zagueiro Neneca, que faturou a terceira taça pela Tucurense.
Recordes
A Tucurense ampliou ainda mais a sua vantagem na liderança do ranking de títulos do Amador de Mogi Mirim. Na contagem histórica, iniciada com a Taça Cidade de Mogi Mirim de 1952, são 55 edições computadas. A Veterana foi campeã 17 vezes. A atual sequência, iniciada em 2015 e que chegou ao pentacampeonato no último domingo, é a mais estrelada. O clube também foi campeão em 1964, 1965, 1966, 1971, 1975, 1976, 1989, 1993, 1997, 2003, 2010 e 2011.
Para se ter uma ideia da força do time da zona Norte, a soma dos títulos de Vila Dias (seis), Floresta (4), Santa Cruz (3) e Piteiras (3), que são os mais próximos no ranking, dá 16 taças. Outros sete times possuem dois troféus cada (Mirante, Opção, Cecap, Cloroetil, Monte Serrat, Milionários e Botafogo). Já Novacoop, Sant’Ana, Colorado, Juncos Amazonas, Santa Luzia, Peixe, Prefeitura, Paulistano, América e Estrela Paulista possuem um campeonato cada.
A Tucurense terminou a edição 2019 com 36 pontos em 15 jogos. Com 80% de aproveitamento, o clube teve 11 vitórias, três empates e uma derrota na trajetória vitoriosa. O ataque marcou 31 vezes e foi o segundo melhor do torneio, ao lado do Vila Chaib e atrás apenas do Santa Cruz, que marcou 43 vezes. Já a defesa foi a menos vazada, com nove gols sofridos.
A Veterana também manteve uma invencibilidade diante do Vila Chaib após o sétimo encontro entre os rivais. São quatro vitórias da Tucurense e três empates. Por coincidência, as finais de 2018 e 2019 tiveram roteiros semelhantes, com empates sem gols na ida, no campo do Santa Cruz e vitória pelo placar mínimo da Veterana na volta, no Tucura. No ano passado, Wil fez o gol da taça. Em 2019, a missão foi executada pelo volante Artur.
O gol, inclusive, foi o de número 200 da equipe nestes cinco anos de títulos seguidos. Com a média de 40 gols por campeonato, a Veterana concluiu o ciclo pentacampeão com 82 jogos disputados, 54 vitórias, 22 empates e apenas seis derrotas. Além dos 200 gols marcados, a defesa sofreu 63 gols.
Após as quatro taças sob o comando de Everton Bombarda, que chegou a sete no comando do clube, em 2019 foi a primeira vez que o time venceu o torneio com Lira como treinador. Campeão em 2018 da Série B, pelo Flamboyant/Novacoop, o ex-goleiro entra em um hall que conta com técnicos como Edegar Ferreira, Geraldo Neguinho, Sinésio Zinetti, Paulo Bolinha, Teixeira e Bombarda. Uma história que chegou a 100 anos em março deste ano e foi coroada mais uma vez com o troféu de campeão.
