Uma pesquisa da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM-Unifesp) revelou que 53% das mulheres iniciaram sua vida sexual entre 16 e 18 anos. Feito em parceria com a Bayer, o estudo entrevistou 2 mil mulheres acima dos 14 anos em quatro capitais: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Salvador. O levantamento foi divulgado na semana do Dia Mundial da Prevenção da Gravidez Não Planejada.
Para 62% das entrevistadas, o tema “virgindade” não é mais um tabu. O sexo representa um prazer pessoal para 51% das jovens. Em relação ao sexo sem compromisso, 32% estão abertas à prática e 26% jamais fariam.
Segundo o estudo da EPM-Unifesp, 60% delas ainda têm vergonha de falar sobre sexo e contracepção. O principal motivo apontado para o constrangimento é por considerarem um assunto “muito íntimo” (44%). Três em cada dez jovens afirmaram já ter tido uma conversa positiva sobre sexualidade com os pais ou responsáveis.
Os números indicam ainda que 77% das mulheres têm o hábito de ir ao ginecologista. Entre os métodos contraceptivos mais utilizados pelas mulheres, estão praticamente empatadas a camisinha (35%) e a pílula anticoncepcional (34%). Já 13% das entrevistadas declararam optar pelos contraceptivos de longa duração, como o dispositivo intrauterino (DIU) e o implante.
Gravidez
De acordo com a pesquisa, 81% das mulheres conhecem alguém que engravidou antes dos 16 anos. Para o professor do Departamento de Ginecologia da EPM-Unifesp, Afonso Nazário, embora as adolescentes afirmem que a camisinha é o método anticoncepcional mais eficiente, oito em cada dez entrevistadas conhecem mulheres que engravidaram antes dos 16 anos.
Para o ginecologista, para não engravidar, é preciso combinar camisinha e pílula ou DIU. Quando questionadas sobre o cenário de uma possível gestação, 44% afirmaram não saber o que fazer se engravidassem na adolescência, 31% consideraram a depressão e impacto na autoestima.
Para 45% das entrevistadas, o principal motivo para a gravidez não planejada é a irresponsabilidade e 26% disseram que a causa principal é o esquecimento ou uso incorreto do método de prevenção escolhido.
A pesquisa mostrou que a preocupação com um bebê sem planejamento é delicado para todas as faixas etárias. Para 66% das jovens, atrapalharia os planos para o futuro, como estudo e carreira.
O professor da EPM-Unifesp destacou ainda que boa parte das adolescentes desconhece o risco de uma gravidez na juventude para a saúde da mulher: 76% afirmaram não saber quais são as consequências negativas. Segundo Nazário, os riscos que uma gestação podem acarretar são parto prematuro, subnutrição do bebê, pré-eclâmpsia, entre outros.