Que a Administração do prefeito Gustavo Stupp (PDT) já está marcada como uma das piores e mais tumultuadas da história de Mogi Mirim já não é novidade para ninguém. Que o festival de trapalhadas e surpresas surgidas a cada mês e que deixam de boca aberta qualquer cidadão mogimiriano também. Entretanto, a carroça desenfreada do Poder Público parece não ter freios e nem limites.
A notícia sobre o atraso no repasse mensal às entidades assistenciais do município, que chegam a até três meses e ameaça o futuro de muitas delas, pegou todos de surpresa e causou ainda mais indignação pelos quatro cantos da cidade. Responsáveis por um trabalho humano, limpo, transparente, de ajuda ao próximo e filantrópico, onde o lucro e os interesses pessoais passam longe, são engrenagens fundamentais no desenvolvimento do município, acolhem crianças, adolescentes e idosos em estado de atenção e abandono e levam a este público uma nova rotina, uma nova vida, resgatando aqueles que já se davam por vencidos.
A desculpa é a mesma. Falta de dinheiro, apoiada em uma eventual crise global, que afetou em cheio o país, e que em Mogi Mirim não poderia ser diferente. Na cidade, tudo agora está relacionado à crise financeira. Mas o que chama a atenção é onde foi parar todo o dinheiro do orçamento municipal. Não existem grandiosos projetos sendo executados com o dinheiro público. Reformas, construções não acontecem. Serviços essenciais, como a limpeza, a poda de grama e o fechamento de buracos nas ruas não vêm sendo feitos em diversos pontos. Por outro lado aluguéis de imóveis são fechados a preços exorbitantes, jogando as prioridades para escanteio. A sensação é de que o munícipe é um palhaço.
A situação das entidades ligadas à Secretaria de Educação coloca um ponto ainda mais nebuloso na questão, já que o dinheiro chega ao município via Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e apenas é repassado pela Prefeitura, conforme explicado pelos próprios representantes de entidades nas últimas semanas. A pergunta que fica é: aonde está esse dinheiro? O cenário é ainda pior para aquelas entidades ligadas exclusivamente ao Poder Público, que dependem do dinheiro municipal para sobreviver.
Simplesmente alegar que não possui a quantia, culpar a crise e deixar todo um batalhão de funcionários voluntários sem condições de trabalho e afetar uma centena de atendidos é algo deplorável, incompreensível e assustador. Cobrar maior organização e planejamento do Poder Público parece pedido em vão. O fechamento de uma entidade seria a cereja no bolo de uma Administração que envergonha Mogi.