Faltam poucos dias para o início da Copa do Mundo, não sei exatamente, e o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, libertou Paulo Roberto Costa, petista acusado de fazer parte da quadrilha que, segundo a PF, desviou cerca de 10 bilhões de reais. A memória ainda recente me leva a lembrar que esse indivíduo fora detido destruindo provas e, pasmo, lembro que nunca o Supremo Tribunal Federal soltou um acusado com tal periculosidade.
E o Brasil da Copa segue firme e seguro, violentando a inteligência das leis, corrompendo os fatos e postergando às calendas a provável punição de alguém que ajudou a roubar bilhões de reais da carteira do povo brasileiro.
Dilma Rousseff continua afirmando, com os seus dois neurônios se conflitando, que tudo segue segundo os rumos que o lullo-petismo consagrou e os hospitais brasileiros lotam seus corredores com colchonetes e lençóis imundos, remédios faltando em suas farmácias populares, a dengue assumindo ares de pandemia, sem contar que a poliomelite, que julgávamos extinta, retorna, aos poucos, visto que a sua completa erradicação, que deveria acontecer por vacinação programáticas de prevenção, foi interrompida pelo Ministério da Saúde dos últimos anos do lullo-petismo – assim como aconteceu com os programas de combate ao mosquito da dengue. E a minha velha e boa memória me alerta que o ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha, pretende ser o governador do estado de São Paulo, o mais novo “poste” que o ex-presidente Lulla deseja cravar no coração de todos os paulistas, como se fôssemos nós os vampiros que sugam a jugular da Petrobras e dos cofres públicos.
Gostaria de escrever sobre a Copa de Mundo que vamos sediar em meados de junho próximo e um cansaço político me impede de colocar uma pequena bandeira verde-amarela na varanda lá de casa. Sempre, em todas as copas que participei, catorze ao todo, pendurei um pendão brasileiro de esperança e paixão. Mesmo naquele distante 1970, ano do tri, quando a minha jovem e ignorante alma comunista brigava entre a alegria do futebol e a tristeza de uma ditadura militar.
Optei pela alegria e, depois, fui às ruas para exigir a volta da democracia, sem entender, ainda, que o comunismo que apoiava queria mais era trocar uma ditadura de direita por uma ditadura de esquerda.
Futebol e política são coisas que não se permutam. Quem faz tal coisa ou é um delinquente intelectual ou um vigarista da mesma espécie. E o Brasil está sediando uma Copa do Mundo e isso bastaria, então, para que todos nós fôssemos às urnas agradecer com os nossos votos o lullo-petismo? Sem essa.
O fato é que, em outras copas distantes geograficamente, pintamos nossos muros, ruas e postes com as cores de nossa pátria; nos alegrando com as vitórias e nos entristecendo com as derrotas. E nos últimos dias venho andando por aí pela periferia da cidade e não vi nenhuma bandeira hasteada, nenhuma rua ou muro pintados, não vi nem carros levando fitas verde-amarelas em suas antenas, nenhuma vitrine de loja ostentando um orgulho de ser a terra do futebol. Nada! Nem mesmo a televisão nos comove. Todas as emissoras tocam seus mantras de Copa e tudo é o mais do mesmo. Guaraná, cerveja, televisores, tudo é apenas mais um reclame do nada que o lullo-petismo está tentando enfiar goela abaixo no país do futebol. É isso: o petismo conseguiu acabar até mesmo com a mais prosaica diversão do brasileiro: a de torcer pela sua seleção. Parabéns, Lulla da Silva!
Zeza Amaral é jornalista, escritor e músico