Durante toda a gestão do ex-prefeito Gustavo Stupp (PDT) muito se falou sobre os bastidores de sua forma de governar, para muitos, além de ineficiente, contra os princípios pregados por um verdadeiro administrador público. Desde o primeiro ano de governo, comentários davam conta de que perseguições a funcionários, ordens tomadas de forma individual e não coletivas, humilhações, desprezo e desmotivação eram comuns, mas nunca de fato comprovadas. Uma das áreas envolvidas na questão, a Cultura, definitivamente, viu parte dessa triste realidade vir à tona na sessão da Câmara Municipal do último dia 13.
Enraizado como um dos principais nomes da Cultura mogimiriana nas últimas décadas, o vereador Alexandre Cintra (PSDB), ex-assessor de Cultura na gestão Stupp, e com 12 anos de serviços prestados na área nas gestões de Carlos Nelson Bueno e Paulo Silva, pôs fim ao silêncio e revelou detalhes de sua saída da pasta em junho de 2013, nada amigável e até hoje não justificada de forma plausível, o que já pode ser considerado um verdadeiro absurdo por tudo que fez pela cidade.
Mais absurdo foram as revelações. Cintra confirmou que não bastasse a notícia por seu desligamento sem alegação, se viu diante de uma situação para lá de constrangedora ao ter a bolsa revistada por guardas municipais que faziam a segurança no Centro Cultural Lauro Monteiro de Carvalho e Silva, até então, seu local de trabalho. A mando do hoje vereador André Mazon (PTB), companheiro de Cintra no plenário e secretário de Cultura à época de sua saída. Mais estranho ainda foi a justificativa de Mazon, afirmando que houve troca na vigia do prédio público no dia do corrido a mando de Stupp, e que errou ao deixar o ex-assessor sozinho no Centro Cultural em suposta ordem do departamento administrativo em relação aos exonerados devido a problemas com outros funcionários. Cintra citou sua hombridade e destacou decência, em claro recado a Mazon.
O caso escancara de forma clara tudo o que houve de errado na gestão Stupp e corrobora com os bastidores de seu governo, nem um pouco amigável. Pelo contrário. Mostra o total despreparo do gestor e sua equipe, evidenciado que o bem à população e o trabalho digno não eram premissas de seu governo. Por outro lado, ao pedir desculpas para Alexandre e admitir que errou, Mazon perde a oportunidade de se redimir.
O ex-secretário tinha a obrigação de revelar os motivos pela saída de Cintra, esclarecer o caso e não tentar fugir do assunto e apenas elogiar o trabalho feito pelo ex-assessor. Era necessário sair das questões pessoais e comentar sobre a parte técnica, os fatores que colaboraram para o desligamento de alguém tão dedicado a uma área. O debate ficou enfraquecido.
Que o episódio sirva de exemplo para toda a equipe de Carlos Nelson. Não é hora para amadorismo, mas sim profissionalismo. Caráter, respeito ao próximo. Humanização. Cintra e nem ninguém merecem uma situação como essa. Muito menos a cidade.