No domingo, a democracia atinge um de seus momentos mais importantes dentro de uma sociedade livre e independente. O primeiro turno das eleições 2018 coloca o brasileiro no mais alto pedestal de importância e valorização. Passa pelo povo a escolha para o presidente da república, governadores, senadores e deputados federais e estaduais. São eles os responsáveis pela escolha de uma parcela de políticos que ditarão o ritmo de toda uma nação e colocarão em prática o discurso em prol do cidadão, mesmo se, em boa parte das ocasiões, as palavras de esperança acabam se transformando em decepção, mentira ou pura demagogia política na ânsia de conquistar o povo.
Em épocas onde o discurso de ódio e a ignorância se tornaram comuns em um país de crenças, cores, etnias e religiões diferentes, é preciso colocar a razão sobre a emoção e refletir antes de apertar a tecla confirma nas milhares de urnas espalhadas por todas as regiões do país. O processo eleitoral visto nos últimos meses foi marcado muito mais por ataques do que o debate de propostas, ideias e soluções que ajudem a tirar o Brasil da lama. Tomado por um período onde o errado se tornou o certo e a impunidade prevalece perante o cidadão de bem, mais do que nunca o momento pede calma, coerência e respeito perante o próximo. Contudo, o que se vê é o oposto disso.
Com candidatos de estilos e perfis diferentes, o brasileiro não aceita de forma amigável, em inúmeras ocasiões, uma opinião que seja contrária a sua. O desrespeito, o deboche e a intolerância podem ser vistos dentro de casa, no bar com os amigos, no refeitório do trabalho, no ponto de ônibus, enfim, em qualquer lugar que ofereça um debate que deveria ser, no mínimo, respeitoso. Mas, cada vez mais, e muitas vezes impulsionados por falas raivosas dos próprios candidatos, a harmonia acaba sendo deixada de lado a ponto de tornar inimigo quem discordar de uma ideia ou uma análise.
E é hora de os candidatos assumirem compromissos com a democracia e o brasileiro, em uma espécie de contrato com toda uma nação, e do eleitorado firmar um pacto com a ética, com bons modos e educação. Ofender, criticar, zombar e até violentar o outro por discordância política vai contra os direitos de uma democracia.
A preocupação deve ficar em torno da escolha do candidato, de acordo com a convicção de cada pessoa. O eleitor deve definir prioridades em relação ao que gostaria de ver em um governo. Isso se dá através do estudo de propostas e plano de governo. Isso evitaria a escolha por dica de um amigo, vizinho ou simpatia.
A eleição não é um jogo de futebol. O eleitor não pode ser um torcedor. Esmiuçar o candidato preferido, analisar a concorrência e respeitar a opinião alheia são deveres do brasileiro. O ódio prejudica até a inteligência. O voto precisa ser racional e coerente.