sábado, novembro 23, 2024
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A derradeira crise da AA Mogyana

Em julho, o Diário Nacional noticiava que a agremiação prosseguia com fortes treinos, mas com problemas. “Como é de domínio público, a Associação, pelo que se vê, luta com sérias dificuldades para manter-se. A sua diretoria, composta por cidadãos honrados, não é bafejada pelos grandes capitais”. Ou seja, não era favorecida de muito dinheiro. A reportagem continuava.

“A Associação não tem uma praça de esportes aparelhada, não tem uma sede apta para receber um quadro visitante. A sua sede é uma sala, que foi redação de um jornal já extinto…”. Nesta matéria de 24 de julho de 1929, se falava dos investimentos na cidade para a construção de um hipódromo em detrimento aos investimentos no futebol.

Além disso, mais jogadores estavam de saída. Dão, tratado como um “regular médio esquerdo”, estava defendendo as cores do Clube Atlético Guaçuano, de Mogi Guaçu, cidade em que passou a residir. A crônica ainda defendia um esforço da Associação pelo retorno de Líbano e informava que o “ótimo meia” Felippe estava afastado dos treinos.

Até a projeção de uma escalação com grandes nomes foi feita. Caso contasse com Ninho; Bazani e Líbano; Totó, Achilles e Mello; Amador, Parra, Sílvio, Felippe e Odilon, estaria a Mogyana, segundo o cronista, formando “uma das melhores esquadras da zona (Mogyana), pois o trio final é ótimo, os médios são regulares. O extrema esquerdo e o meia (Amador e Parra), os mais pesados do quadro, são bons chutadores e distribuidores, Sílvio, para o futuro, será um elemento insubstituível, pois tem um possante tiro, tendo, porém, um defeito: o de atrasar demais a pelota.

Felippe, com suas fitas, distribui bem e distribui regularmente; Odilon tem boas entradas e seus tiros são muito altos”. A reportagem é concluída com a informação de que, no seio da diretoria, havia muitas vagas. A agremiação prosseguia, inclusive, com a realização de partidas. No dia 18 de agosto de 1929 ocorreu a disputa da Taça Antônio Jorge da Silva, em duelo com o São José FC, de São José do Rio Pardo.

O troféu, em homenagem ao presidente da equipe, mexeu com os ânimos da torcida local, que compareceu em peso no estádio da Atlética. A Banda União Operária Santa Cecília foi a responsável por abrilhantar o prélio. Na preliminar, vitória do Tucura FC por 4 a 2 sobre o segundo quadro da Mogyana. Ninho; Líbano e Bazani; Totó, Achiles e Tático; Felippe, Bagatella, Sylvio, Parra e Amador foi o time escalado para defender a Mogyana, que venceu por 3 a 0.

Bagatella, duas vezes e Parra marcaram os gols da equipe mogimiriana. Seria um dos últimos momentos da primeira fase da AA Mogyana. No dia 1º de setembro de 1929 ocorreria a fusão com o Clube de Jogos Olímpicos, dando origem à Associação Mogyana de Esportes Athleticos, a AMEA.

A trajetória da AMEA, que já teve alguns capítulos contados por aqui, teve glórias, foi intensa, mas curta. Assim como foi a segunda fase da AA Mogyana, o tema principal do nosso próximo encontro.

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