sábado, novembro 23, 2024
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A escalada do dólar

A cotação do dólar, perante o real, não para de subir. Desde o último dia 15 a moeda norte-americana conduz uma longa escalada rumo a topos históricos e com isso gera severas desvalorizações das moedas emergentes do mundo todo. Em pouco mais de uma semana, o dólar saiu de R$ 3,90 para o pico de R$ 4,13 na tarde da última quinta-feira, dia 23, o que refletiu no expressivo aumento nas casas de câmbio, onde a moeda norte-americana já passava dos R$ 4,55 para compra.A última grande valorização do dólar aconteceu no início de 2016, devido ao ápice do processo de impeachment de Dilma Rousseff, quando atingiu o topo de R$ 4,05.

Tais números nos levam a entender e identificar tendências, de que em períodos onde a política e escândalos envolvendo os três grandes poderes (legislativo, executivo e judiciário) influenciam diretamente para a acentuada valorização da moeda americana perante nosso desgastado real. Os ativos financeiros ficam mais expostos e sensíveis a mudanças de comportamento do mercado, fazendo com que o dólar se torne um “porto seguro” para os investidores e assim consolida sua hegemonia face as economias instáveis.

Não somente o fato do nervosismo eleitoral pesa para tal valorização. Importantes acontecimentos, como a guerra comercial entre EUA X CHINA e a “egocêntrica” disputa entre TRUMP X ERDOGAN (Presidente da Turquia), fazem com que cada vez mais a moeda norte-americana se revigore. Esses acontecimentos fazem com que os investidores brasileiros comecem a aumentar sua ansiedade para uma possível intervenção do BC (Banco Central).

Como o Brasil segue uma política cambial flutuante “suja” (regime no qual o BC pode intervir esporadicamente no valor da moeda norte-americana, pela sua compra ou venda, para dar previsibilidade ao mercado), há uma grande expectativa de que o BC intervenha de forma rápida e contenha a escalada do dólar.

O silêncio das autoridades monetárias brasileiras pode resultar em testes de picos cada vez mais altos do dólar, devido ao fato de que não há muitos investidores querendo vender dólar e há muitos querendo comprá-lo, intensificando seu preço.

Opinando de maneira abrangente para os investidores, em um cenário como esse (eleições e disparada do dólar), o investidor deve redobrar sua disciplina e investir sabendo que poderá sair caso o resultado seja contrário daquele esperado. De forma sucinta, vislumbrando um horizonte conturbado, seria melhor ter posições pequenas (investir pouca quantidade), entrar e sair rapidamente, pois se ficar alocado irá pegar toda a turbulência esperada para esse período de incertezas e poderá ter prejuízos.

Por Felipe Vidolin – Pós-Graduado em Engenharia de Telecomunicações e investidor

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