domingo, abril 20, 2025
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A estreia do ‘Mogi 70’ na 2ª Divisão do Campeonato Paulista

Na continuidade da série de artigos sobre o ‘Mogi 70’, vamos falar mais sobre a estreia do Sapão da Mogiana na Segunda Divisão de profissionais (equivalente, hoje, à Série A3) de 1970. No dia 12 de julho, o Mogi Mirim Esporte Clube entrou em campo para enfrentar o Esporte Clube Lemense.

Na semana que precedeu a estreia, a equipe foi preparada pelo então aluno da escola de Educação Física de São Carlos, José Francisco Garros. O trabalho visava enfrentar uma das formações mais respeitadas da região. O Onça Azul contava com figuras como Sibel e Roberto e era respeitado pelo Mogi. O confronto foi agendado para as 15h15 do domingo, 12 de julho.

O público registrado foi superior a 3.000 torcedores e a arrecadação deixou articulistas da época boquiabertos. Os Cr$ 1.483,00 também tiveram a contribuição de 500 lemenses, que acompanharam a partida inaugural da Segunda Divisão de 1970. Antes da estreia, os jornais registravam. “Em toda cidade, em todas as rodas, o assunto diz respeito à apresentação do Mogi Mirim EC na tarde de hoje”, afirmava o jornal A Comarca daquele final de semana.

O Sapo retornava ao profissionalismo após a última participação nesta condição, em 1958. O retorno àqueles que contribuíram com esta nova etapa ocorreu antes da estreia, em forma de homenagem. 45 minutos antes da bola rolar, os diretores do Mogi prestaram honrarias a diversas pessoas que participaram deste processo. Entre elas, o vereador Ademar de Barros e o deputado federal Rui de Almeida Barbosa.

Foi através de doações de materiais que a formação mogimiriana se tornou possível. Ainda foi agendado como preliminar o encontro entre União Possense e um combinado amador de Mogi Mirim. Todo o cenário do primeiro jogo estava montado. Nas cabines, uma quantidade até então absurda de quatro rádios. Além das mogimirianas Cidade e Cultura, outras duas emissoras de Leme instalaram equipamentos no Vail Chaves. Estava tudo pronto para o pontapé inicial.

Considerado um dos maiores jogadores da história do Mogi, Toninho Diamantino foi o técnico da estreia. A opção por Décio; Flávio, Tonico, César e Henrique Stort; Edgar, Hugo Stort, Valter Guaraná e Pelé Cassiano; Nino e Zelo, prevista antes do confronto, foi confirmada. O Lemense foi escalado com Dinho; Artur, Paulo Roberto, Mindo e Pedro; Chiquinho, Curvinha e Sibel; Moacir, Roberto e Osni.

Em campo, era de fato um rival forte. Na fase preparatória, o Lemense havia vencido o Grêmio Guaçuano por 4 a 1 em Leme e empatado por três gols em Mogi Guaçu. Todo o clima prévio foi descarregado em uma estreia que não saiu como o planejado. O empate sem gols levou a crônica esportiva da época a criar o seguinte título: “Mogi não foi feliz em sua estreia e empate foi resultado justo: 0 x 0”.

Mogi Mirim e Lemense, por mais que tentassem, não conseguiam apresentar um espetáculo dos melhores. Pela igualdade em campo, outro destaque ficou para as arquibancadas. Nos textos dos redatores que cobriram aquela estreia, a certeza de que o primeiro jogo na Segunda Divisão após 12 anos de ausência profissional determinava que o povo de Mogi Mirim estava com o clube e que acreditava no Sapo.

Tanto que, durante toda a participação no campeonato, a torcida se fez presente. Não só em jogos no Vail Chaves, como fora de casa também. A campanha naquele ano fica para uma próxima conversa. Há muito ainda o que falar sobre o ‘Mogi 70’. Uma equipe que mais do que ter ficado na memória de quem viu, deve servir de inspiração para todos na retomada do mais que centenário Mogi Mirim Esporte Clube.

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