sexta-feira, novembro 22, 2024
INICIALOpiniãoEditorialA fome voltou e ninguém escapa da corrupção

A fome voltou e ninguém escapa da corrupção

Desde 1994, ano de eleição presidencial no Brasil também é ano de Copa do Mundo. E a sensação é sempre de que os meses passam muito mais rapidamente do que em outros anos. Em 2022, porém, com o mundial de futebol agendado para novembro/dezembro e não junho/julho, este sentimento poderia se tornar um pouco diferente. Afinal, um destes grandes eventos ocorrerá apenas em outubro e não no meio do ano, abrindo uma janela maior de espera em nós.

Só que, diferente de muitos anos, o brasileiro parece mais ansioso pelas eleições do que pela Copa. Resultado de um avanço na politização do país, cenário que não significa, necessariamente, que melhoramos do ponto de vista intelectual e tudo mais. Oras, uma parcela embarcou nesta politização tomando partido, priorizando o umbigo e reverenciando nomes, humanos e cheios de pecado, como se fossem um Deus.

Isto vale para os adoradores de Bolsonaro e para os amantes de Lula. Vale também para quem idolotra Moro e Doria; Boulos ou Ciro. Não existe razão para quem prioriza a paixão por este ou aquele. E que fique muito claro aqui, estamos falando dos que estão cegos por este ou aquele. E, infelizmente, são muitos. Há apenas os que olham neste ou naquele como a opção que melhor se assemelha ao que crê ser o projeto ideal para o país. Faz parte. E, aí, a solução pode ser Bolsonaro, pode ser Lula, pode ser Moro. Pode ser qualquer um. Não é problema nenhum termos afinidade com qualquer um destes nomes. E outros não citados. O que não podemos é idolatrar.

Ainda mais em um país que vive, desde 1500, sob a nuvem pesada da corrupção, do jeitinho, dos esquemas. Do desvio de verba público. Dos assaltos e descalabros. E, sobretudo, do discurso vazio, raso, sorrateiro de combate a este mal. Nos últimos dias, o noticiário foi dominado por acusações de corrupção no governo que diz governar, há três anos, sem nenhuma denúncia de corrupção.

Precisamos exagerar na ingenuidade para acreditar que os esquemas para compra de vacina, para benefícios a pastores nas verbas da Educação e até de superfaturamento na compra de ônibus (quase R$ 1 bilhão!!!) passam longe do Palácio do Planalto. Afinal, o presidente viveu anos em uma relação íntima com notas frias de combustível e, a quem se interessar ser aluno, é capaz de ser um maravilhoso professor na matéria “Rachadinha”.

Bolsonaro, que passará este 2022 com o discurso de baluarte da honestidade, é tão sujo quanto Lula, Doria, Moro, Ciro, etc, etc, etc. E, como estes, consegue manter um grupo crente de que é correto, de que é o farol da pureza. Não, não é. A questão para 2022 é: que tipo de política você crê ser a ideal para recolocar o país no rumo do crescimento? Quem pode guiar o país para um cenário de mais união e menos tensões entre irmãos e irmãs?

Quem é capaz de tirar o país da crise econômica e devolver poder de compra ao brasileiro? E, quando falamos em compra, não é de calçados, bolsas ou pacotes de viagens. Estamos falando de comida. De itens básicos à sobrevivência. Porque, se na sua bolha, ainda é possível encarar os preços absurdos da carne, das verduras, dos legumes e de outros alimentos vitais, saiba que, fora dela, voltamos a ser o país da fome.

Portanto, neste ano que “voa”, estamos longe de estarmos com “fome” de bola e, para combater a fome real, a saída é vasculhar todas as propostas, de todos os candidatos a líderes deste país entre 2023 e 2026 e avaliar qual é o mais capacitado para recolocar comida no prato do brasileiro.

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