O presidente Jair Bolsonaro vetou, integralmente, a nova Lei Aldir Blanc, conforme decisão publicada na edição desta quinta-feira, 5, do Diário Oficial da União (DOU). O Senado havia aprovado o texto, no dia 23 de março, que transfere recursos a estados e municípios para que estes financiem iniciativas culturais. Pela redação, a União repassaria anualmente R$ 3 bilhões aos governos estaduais e municipais, durante cinco anos.
Em seu veto, o presidente alegou que o projeto é “inconstitucional e contraria o interesse público”.
Sem entrar no mérito das justificativas pela aprovação ou pelo veto do presidente, é notório que o Brasil é um país que nunca respeitou a Cultura. Já tivemos lei que tornava o samba um crime. Era uma lei racista, verdade. Mas, também, uma lei contra as manifestações culturais.
E precisamos delas. Vejam o quanto evoluídas são as comunidades em que há projetos de música ou balé. Em meio ao caos das regiões mais periféricas das grandes metrópoles, é a cultura (e coloquem o esporte nesta conta) que salva vidas. É por isso que a gente não quer só comida. A gente quer comida, diversão e arte.
Nos últimos dias, aqui em Mogi Mirim, houve uma mistura intensa entre os críticos ao governo Paulo Silva (que, convenhamos, merece críticas em várias áreas) quanto à Festa do Trabalhador. Muitos argumentavam, em suas redes sociais, que o dinheiro gasto com música deveria ser investido em outros setores.
Não é assim que a banda toca. As verbas devem ser destinadas a cada setor, pois todos têm seu grau de importância dentro da engrenagem que é uma sociedade. É fundamental que se ofereça opção de cultura, principalmente gratuita, atingindo aqueles que, diferente de muitos que criticam essas ações, podem até viajar para fora do país para curtir seu momento de lazer.
E a Cultura precisa ter seu orçamento (diga-se de passagem, sempre um dos menores dos municípios, estados e da União) e aplicar da melhor forma. E oferecer uma tarde de shows como foi no 1º de Maio é uma delas. Mas dá pra ter mais. Dá pra ir além e vamos cobrar que a Cultura da cidade traga mais apresentações e de vários outros segmentos da música e da cultura em si. Que haja mais oficinas, mais oportunidade de aprendizagem para as crianças, sobretudo periféricas, de aprender a cantar, tocar, desenhar, pintar, etc.
Diversão e arte é fundamental. Garante o pagamento ao prato de comida de muita gente. E até de quem se beneficia indiretamente. Afinal, um grande evento cultural pode e deve ser atrativo turístico e Mogi Mirim, sem grandes potenciais naturais, por exemplo, tem que explorar este viés cultural para ser atraente aos turistas. Por uma sociedade melhor, a cultura sempre será uma das melhores alternativas. Que a Prefeitura invista. E que a iniciativa privada também faça parte deste jogo.
No final, todos saem ganhando!