Problema de saúde pública e antes encarada como uma doença vista apenas no verão, a proliferação do mosquito transmissor e o aumento no número de casos positivos mostram que a dengue é hoje um dos principais desafios na área de saúde no país. Balanço divulgado pelo governo federal na semana passada mostrou um aumento de 57,2% dos casos notificados em janeiro em comparação ao mesmo período do ano passado, confirmando que é preciso mais do que um sinal de alerta. Tanto a população quanto os gestores necessitam tomar cuidado e cada um fazer a sua parte, reforçando ações de prevenção diariamente.
Em Mogi Mirim, a preocupação é nítida, inclusive, com a Prefeitura, por meio da Secretaria de Saúde, declarando guerra à dengue. Além de mutirões por toda a cidade e o aumento de contingente de profissionais, o Executivo pede até que munícipes denunciem quem permite o acúmulo de água. A impressão é que há muito tempo não se via uma mobilização tão grande do Poder Público em torno de uma causa que pode afetar a saúde de toda a população. Ponto positivo para a Prefeitura.
Por outro lado, a Administração Municipal, consciente do iminente número no aumento dos casos, já trabalha com medidas até para a saída do estado de alerta para emergência. Isso passaria pela contratação de novos profissionais, aplicação de multas e, pasmem, a entrada à força em residências em casos extremos, como o de munícipes que não permitem a entrada das equipes de saúde em suas residências. Embora uma minoria, ponto negativo para parte da população.
Basta acompanhar a situação caótica que inúmeras cidades do país enfrentam devido à dengue, muitos delas próximas a Mogi Mirim, como Itapira, para se chegar à conclusão de que tapar os olhos diante do atual cenário chega a ser ignorância. Está mais do que na hora de essa mesma parte da população abraçar a ideia e ir para a guerra, combatendo a doença e colaborando com o serviço da Prefeitura. Determinada pessoa acreditar que nada irá acontecer e que a sua residência não oferece risco para a transmissão é temeroso e preocupante.
Outro ponto que gera discussão pôde ser visto nas redes sociais nos últimos dias. Fotos do vice-prefeito e Secretário de Saúde, Gerson Rossi Junior participando de um mutirão de combate à doença foram alvo de críticas por parte dos internautas. Muitos deles colocavam em xeque qual o motivo pela presença de Gerson ali. As insinuações eram de que as cenas se tratavam de puro marketing ou algo forçado. Oras, quando uma figura pública se omite a reclamação é latente. Mas justo no momento em que a cara é dada a tapa, a situação vira demagogia? Ao fazer isso, ele está chamando a atenção para um problema sério, criando um fato novo e despertando o interesse do munícipe. Chamar a atitude de demagogia é uma crítica perigosa e gratuita, sem benefício para a sociedade. Independente das intenções de Gerson, o que fez é um bom exemplo para a sociedade.