Nos últimos dias, a Prefeitura Municipal, através da Secretaria de Cultura e Turismo, promoveu a reinauguração do Museu Municipal. Ato importante pelo simbolismo, mas também pelo que representa na prática. Na solenidade, os políticos ali presentes ecoaram discursos lindos e habituais, sobre como é importante respeitar o passado para não cometer erros no presente e no futuro. Mas não pode ser apenas discurso.
É curioso que, se indagarmos atuais e passados representantes do povo, corremos o risco de encontrarmos quem não faça a mínima ideia de quem foi, por exemplo, o próprio patrono do museu, João Teodoro Xavier, que carrega ali a alcunha de presidente. Mas foi presidente de onde? Como diriam os mais jovens boleiros: “Jogou onde?”.
Pois é, João Teodoro foi presidente da Província de São Paulo. E o que é isso? Por que presidente? Em resumo, o estado de São Paulo era uma província e o cargo hoje ocupado pelo governador é equivalente ao que antes era assumido por este presidente. E como aprendemos estas coisas? Este árduo trabalho tem cabido apenas aos esforçados historiadores da cidade. Aqui em O POPULAR temos a honra de contar com um deles, Nelson Patelli Filho. Mas há muitos outros, como colunistas de passagem incluindo os que atuam no Cedoch (Centro de Documentação Histórica Joaquim Firmino de Araújo Cunha).
E precisamos ir além. É por isso que sugerimos aqui que se inicie uma discussão prática, bem articulada e sólida para a implantação de uma disciplina como “História de Mogi Mirim” no currículo escolar. Não é algo simples, por óbvio. Aliás, já pode se ter tentado algo assim e, caso exista algum tipo de trabalho neste sentido, gostaríamos muito de conhecer e, claro, divulgar em O POPULAR.
O ponto sugerido aqui para o debate é de uma diretriz ampla, que conduza Mogi Mirim a uma posição de liderança regional na aplicação do ensino da própria história em toda a grade curricular. Permitir que mais gerações tenham noção de que, em nossa terra, viveram algumas tribos indígenas e que os bandeirantes foram fundamentais na construção da caracterização atual.
Que o nosso território não se limitava às atuais fronteiras, chegando a ocupar a área em que hoje estão mais de 70 atuais municípios. Com uma política de ensino que lance esta proposta de maneira efetiva, podem surgir mais e mais curiosos e/ou profissionais que, no futuro, além de preservar o trabalho histórico dos que já passaram e dos que atualmente atuam no ramo, possam ampliar o conhecimento sobre nossas origens, com trabalhos inéditos a respeito, por exemplo, da relação de Mogi Mirim com o esporte e a música.
Com a fauna e a flora. Com uma lista inédita o rastreio histórico do que existia em cada metro quadrado da cidade desde os seus primórdios até os dias atuais. Que possamos compreender no presente que fortalecer estudos sobre o passado determinará um futuro melhor para a nossa querida cidade.