Em meio a uma cidade com problemas de Norte a Sul, do Esporte à Saúde, e abalada por uma crise financeira sem precedentes, o debate político, econômico e social acaba sobressaindo na conjuntura atual. Por motivos óbvios. Por outro lado, peças que podem muito bem fazer parte desta engrenagem, e que ha décadas vêm sendo deixadas de lado, ou tratadas de forma inferior a que merecem, dão continuidade à lista de problemas.
Na noite de sexta-feira, o empresário Luiz Guarnieri, o Luizinho, venceu a disputa e se tornou o novo presidente da Associação Comercial e Industrial de Mogi Mirim (Acimm) pelos próximos dois anos. Com ele, a esperança por uma renovação no quadro comercial e industrial da cidade, a passos de tartaruga e com claros problemas.
Não é de hoje que quando se fala em comércio, boa parte do debate se aplica, quase de forma exclusiva, à região central. Ruas como a XV de Novembro, Chico Venâncio, Conde de Parnaíba, Padre Roque, José Bonifácio, e tantas outras, se tornam as meninas dos olhos e motivo de reflexão. Não se pode duvidar da capacidade de atratividade e charme das vias, mas há muito tempo deixaram de ser o chamariz principal para o consumidor.
Com exceção da XV de Novembro, revitalizada na gestão do ex-presidente Sidney Coser, as outras pedem socorro. Paradas no tempo, sem investimentos, sem modernização e com a mesmice de sempre, não conseguem despertar a atenção do mogimiriano. O ponto fora da curva é visto aos sábados pela manhã, quando todo o centro vira um formigueiro e cheio até por volta das 13h. Mas ainda é pouco. Isso tudo em meio a um trânsito caótico.
O próximo presidente necessita promover uma verdadeira revolução no Centro. Uma força-tarefa entre comerciantes e entidade. Ouvir propostas, debater melhorias e criar uma maneira de não prejudicar o mogimiriano, já enfeitiçado por outras opções, sobretudo em cidades da região. Corredores comerciais, longe do Centro, como a Avenida Pedro Botesi, na zona Norte, a Expedito Quartieri, na zona Leste, e outras, nas regiões Sul e Oeste, merecem valorização.
E o que falar do ramo industrial? Capengando, é pouco lembrado. Era preciso voltar a ser protagonista. Como a Acimm poderia fazer isso? Agindo em parceria com a Prefeitura, o Executivo, Legislativo e empresários. Terrenos estão vazios, o desemprego aumenta, há falta de oportunidade e tudo é visto de forma passiva. A culpa não pode ser colocada apenas nas costas do Poder Público. Até porque, o nome já diz: Associação Comercial e Industrial. O comerciante ou o industriário precisam ter a chama da motivação acesa novamente e se sentirem valorizados, prestigiados. Uma nova postura é necessária. A cidade parece ter parado no tempo.