quinta-feira, novembro 21, 2024
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A influência da cultura Nipo-Brasileira em Mogi

Formado por diversas raças por conta de vários fatores, como povoamento e imigração, o Brasil é um país que recebeu a influência da cultura de muitos povos, como os italianos, os alemães, os africanos, os árabes, os chineses e, entre tantos, também os japoneses. Por onde se passa, ao notar o cotidiano com um olhar atento, é possível perceber a cultura do País como resultado dessa mescla e os japoneses contribuíram bastante para essa formação, afinal, quem é que nunca ouviu falar em sushi, em caipirinhas de saque, no bairro da Liberdade em São Paulo, shoyu ou nos desenhos Dragon Ball e Pokémon?

Em Mogi Mirim, a influência dos japoneses está presente em diversos segmentos, como nas artes marciais, com as academias de karatê, judô e jiu-jitsu, na gastronomia, com a presença de quatro restaurantes, nos quais é possível saborear yakissobas e sushis e os mais variados pratos típicos, com a religião seicho-no-ie e também na agricultura da região com a produção de tomates e frutas que diariamente dão um toque especial ao tradicional arroz e feijão e às nossas sobremesas.

“Temos grandes produtores de frutas como a família Setoguchi, Murayama, Nakazone, Fujita, de flores, como a família Sakoda e Sakaue, de tomates, como a Hayata e Satou, além de outras”, disse o empresário e ex-presidente da Associação Nipo Brasileira da Baixa Mogiana, Newton Matsumoto.

A Associação, da qual Matsumoto faz parte, fica localizada em Mogi Guaçu, à Rua dos Jurunas, 490, no Jardim Igaçaba, e existe há aproximadamente 25 anos. Hoje, a instituição é presidida por Renato Iwasaki e, desde que foi criada, tem como objetivo manter viva as tradições japonesas.

“A Associação foi criada através de pessoas que tinham o interesse não só em manter viva a cultura japonesa, mas também em aproximar os japoneses e descendentes da região”, explicou.

O grupo, formado por mais de 200 pessoas e nem todas são descendentes, realiza eventos culinários, apresenta danças típicas (odori), arranjos florais (ikebana), dobraduras (origami) e promove encontros em diversas datas comemorativas não só em Mogi Guaçu como também na região. A vinda de um tenor japonês para se apresentar no município é uma das metas do grupo no momento.

“Embora sejamos em pequeno número na região, vale lembrar que atualmente também temos um descendente japonês ocupando a cadeira de vereador em Mogi Mirim, o senhor Jorge Setoguchi”, apontou Newton.

Neste ano, a Câmara Municipal realizou uma homenagem à comunidade nipo-brasileira no mês de junho, já que no dia 18 do mesmo mês é comemorado o Dia da Imigração Japonesa. Na ocasião, membros da Associação apresentaram a bon odori, que é uma dança típica do Japão.

Vida difícil
Influenciados pela propaganda que o Brasil fazia no exterior para atrair mão de obra para substituir o trabalho escravo, diversos japoneses chegaram ao país no início do século passado.

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Entre eles, os avós e pais de Matsumoto, Kazumi e Yasuko, que vieram para o Brasil em busca de novas oportunidades já que o Japão passava por grandes dificuldades. Aqui, os pais de Newton se conheceram, casaram, tiveram filhos, atuaram na lavoura e depois de muito tempo conseguiram montaram um armazém e um bar.

“Foram anos difíceis e de muito sofrimento, pois, além da língua, da cultura, veio a desilusão em relação ao que haviam imaginado”.

No entanto, anos após se estabelecerem, eles voltaram ao país de origem e chegaram a uma conclusão.

“Puderam voltar ao Japão após 50 anos para passear. Ficaram três meses e não suportaram a saudade do Brasil, quando voltaram disseram que aqui era o lugar deles”, recordou.

Em Mogi Mirim, os pais de Newton e mais seis irmãos, viveram por quinze anos.

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