Esse mês tem a comemoração do Dia do Folclore. Como voltaram as aulas, passei a pesquisar bastante sobre o assunto, já que nos locais em que trabalho iremos utilizar o assunto durante o mês. Aí, que veio o pensamento: como que passamos a acreditar em lendas e a dar vida para as mais variadas crenças se somos racionais. Que loucura! Eu jamais saberia explicar e, claro, que devem existir inúmeras explicações e teorias variadas sobre o assunto. Mas que é esquisito, por exemplo, que a gente tenha medo do homem do saco ou enrole os pés na coberta para não ficar exposto à assombração…isso é! Cobrir a cabeça e esconder o braço no edredon é comigo mesmo!
As ações e histórias são passadas de geração para geração e sempre vão surgindo novidades. Uma das coisas que lembrei nessa semana, e que até questionei meus alunos, é se ainda era viva a história da loira do banheiro. Lembro bem que quando estava na terceira série podia até fazer xixi na calça, mas jamais encarava o banheiro sozinha. Nem morta! Bate na madeira!
Mas um dia, socorro! Aconteceu uma “tragédia”. Estava fazendo um xixi tranquilamente e havia também umas meninas, que não conhecia muito bem, mas estudavam na escola, usando o banheiro. Sabe o que elas fizeram? Falaram os palavrões, deram as descargas que diziam que eram necessárias para a loira do banheiro aparecer, e saíram correndo imaginando que a dita cuja chegaria ali. Gente, fiquei com tanto medo e me mantive trancafiada naquele box, enquanto elas aguardavam que o fato ocorresse. O engraçado é que nessa semana conversando com os alunos, eles continuam a acreditar na mesma história. Isso é o nosso folclore!
A cultura popular varia de local para local e, claro, por isso, devem haver muitas outras histórias como essa espalhadas por aí que perpassam gerações. Outras ainda serão criadas e muitas ficarão nos livros, ou nas aulas de História. Assim como os monstros que habitavam os oceanos e poderiam devorar aqueles que se atravessem a navegar além-mar.
Agora, voltando ao ponto inicial, podemos até parar e pensar: vamos usar a razão! Mas, que eu não passo embaixo da escada, não durmo com o chinelo virado, com a porta do guarda-roupa aberta, com o braço pendurado para a fora da cama, ah isso eu não faço.
Para afastar a negatividade, bato três vezes na madeira, sim senhor! Pode não acontecer nada, mas o que são três toques? Melhor prevenir, rsrs.
Ludmila Fontoura é jornalista formada pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas, a Puc-Campinas, além de Historiadora e pós-graduada em História Social pelas Faculdades Integradas Maria Imaculada de Mogi Guaçu, as Fim