A batalha contra a Covid-19 ainda não acabou. Em que pese que, em momento algum, a pandemia teve o seu fim decretado, é notório que, em dado momento, sentimos como se a luta estivesse finalizada. O avanço da vacinação reduziu drasticamente o número de internações, de casos graves e, principalmente, de mortes relacionadas à doença.
Após quase dois anos enclausurados, a grande maioria da população brasileira relaxou. As máscaras passaram a não ser um objeto vital e voltamos a frequentar ambientes públicos, sobretudo aglomerados, com menos medo e mais assiduidade. O resultado está aí. Os casos voltaram a subir.
Tudo indica que seja a nova variante, a ômicron. E são tantas as variantes e as dúvidas relacionadas a elas. Temos ainda uma onda de gripe, a H3N2, que tem sintomas semelhantes aos da Covid-19 e, por óbvio, amplia a confusão em todos nós.
O que precisamos, de fato ficar atentos, é em relação aos cuidados básicos. Máscara, higienização das mãos e distanciamento ainda são armas fundamentais na luta contra estas doenças respiratórias. Foi só haver um relaxamento coletivo e pronto. Os vírus pipocaram mais uma vez.
Só que, diferente de outros momentos, eles encontram resistência na vacinação. Com a imunização coletiva obtida graças ao hercúleo trabalho de vacinar a população – incluindo os que gritam contra a própria vacina, mas que, no vamos ver, não pagaram pra ver e tomaram suas doses – os casos ainda ocorrem, mas em uma gravidade menor.
Mais do que isso, os leitos de UTI e até os quartos para tratamento da Covid-19 estão vazios. Este é o melhor sinal de que a vacinação tem seu resultado mais do que necessário. Porém, não por isso, podemos ignorar que a batalha ainda não acabou. Temos que persistir no zelo para que não apenas sigamos sem elevação nos casos graves, como também para que não se registre uma nova onda das consequências indiretas da pandemia, como o fechamento do comércio.
Se queremos salvar a economia, temos que priorizar a vacinação. Inclusive, há outra polêmica aí, causada por interesse meramente político, que é a imunização de crianças. Em passos lentos, o Ministério da Saúde está liberando a vacinação contra a Covid-19 para crianças entre 5 e 11 anos. É mais uma etapa do processo de vitória contra a doença e contra o negacionismo que assolou o país em meio ao discurso de fundamentalistas e extremistas ideológicos.
Aos poucos o Brasil toma o rumo da luz e da verdade, mesmo que, para isso, tenha que superar, sempre, uma barricada imposta por quem está cego pela idolatria a falsos mitos. A hora é de cuidados básicos, de vacinação em massa e de vencermos de vez essa crise sanitária, para que o país tenha forças para superar outros traumas, como o ódio, o desemprego, o aparelhamento do Estado e a escalada da desigualdade social e da fome. Cada batalha de uma vez. E a hora ainda é a de enterrar esta pandemia!