segunda-feira, setembro 16, 2024
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A mão que escraviza; a mão explorada

A escravidão foi um dos períodos mais sombrios da história do Brasil, marcado pelo genocídio de indígenas e pela exploração brutal de negros africanos. Durante 388 anos, a escravidão foi legalizada e incentivada pelo Estado através do Império, que lucrou com o sangue de indígenas e negros que nunca foram indenizados pelos séculos de genocídio que viveram. Infelizmente, a história se repete e a reescravização no Brasil é uma realidade cada vez mais presente.

É um mal impossível de dissociar da nossa história. A nossa região teve inúmeras fazendas que exploraram corpos humanos escravizados, pessoas que se enriqueceram com o suor e o sangue destas pessoas exploradas e, por consequências, herdeiros dos dois lados desta cruel moeda. Os que até hoje têm dinheiro, posses e tudo mais ligados a uma origem de dor, sofrimento, desumanidade; e os que vivem em camadas da sociedade impostas por esta política de segregação.

E, se o passado dói, o presente também chicoteia. Nos últimos anos, o Brasil tem assistido a uma política de benefícios a especuladores, que ampliou a desigualdade social e criou condições favoráveis para a reescravização da mão de obra. Empresas ilegais de garimpo e atividades agrícolas de grandes produtores lançam mão de pobres, sejam migrantes ou não, para engordarem ainda mais suas contas enquanto voltamos séculos no tempo com a escravização da mão de obra.

Recentemente, a mídia tem divulgado casos de produção de vinho e arroz em que trabalhadores foram submetidos a condições degradantes de trabalho, sem nenhum direito trabalhista e sem remuneração justa. Esses casos evidenciam a total falta de respeito pelos direitos humanos e trabalhistas que ainda existe no Brasil.

Para combater essa covardia, é preciso que a sociedade como um todo se mobilize em prol dos direitos humanos e trabalhistas. É essencial que os governos tomem medidas efetivas para proteger os trabalhadores e coibir a reescravização no Brasil. As empresas que lucram com a exploração da mão de obra devem ser punidas e obrigadas a pagar indenizações justas às vítimas.

É importante que as pessoas saibam que a reescravização é uma violação dos direitos humanos e que todos têm o dever de combatê-la. O Estado tem a obrigação de proteger seus cidadãos e garantir que todos sejam tratados com dignidade e respeito.

A reescravização no Brasil é uma triste realidade que precisa ser combatida. É preciso que todos se unam nessa luta para garantir que a história não se repita e que a exploração da mão de obra seja banida do nosso país para sempre. E isso vale para a nossa Mogi Mirim, que precisa relembrar seu passado vinculado a esta era nebulosa do Brasil e garantir que as atuais e futuras gerações passem distantes das duas mãos desta realidade: a que escraviza e a explorada.

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