sexta-feira, setembro 20, 2024
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A necessária e tardia fiscalização

As tragédias vistas pelo país neste início de ano, como o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, Minas Gerais, e no incêndio no alojamento das categorias de base do Flamengo, no Rio de Janeiro, acidentes que, somados, foram responsáveis por tirar a vida de centenas de pessoas, podem parecer uma realidade distante a de Mogi Mirim, mas, nas últimas semanas, se tornou cada vez mais real. A confirmação de que nenhuma escola ou creche municipal possui o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) assustou, e traz à tona como um Poder Público pode se dar ao luxo de ver a possibilidade de um acidente gravíssimo na cidade. A preocupação foi tanta que um grupo de vereadores, encabeçado por Tiago Costa (MDB), encaminhou ao Ministério Público um pedido de investigação em todas as unidades.

Ciente do risco, a Prefeitura anunciou a criação de uma comissão especial, nas esferas técnica e jurídica, para avaliar os itens de segurança em prédios públicos. Muito comentado dentro dos corredores do Poder Executivo, as acusações de politicagem por parte dos vereadores, em especial de Tiago Costa, soam como incoerentes. Ele, ao lado de edis como André Mazon e Geraldo Bertanha, o Gebê (SD) vem mostrando preocupação com a situação estrutural de prédios públicos, em especial creches e escolas, a ponto da denúncia fazer com que a Prefeitura agisse rápido e anunciasse a montagem da comissão.

Claro, já temendo ações do Ministério Público, como a abertura de um inquérito civil ou ação civil pública. Justo a Promotoria, odiada por Carlos Nelson. Ou alguém consegue esquecer a declaração do prefeito, em seu segundo mandato, quando afirmou que o Ministério Público desejava governar a cidade?

Chama a atenção como a Prefeitura deixou a situação chegar a tal ponto. Como não garantir a segurança de quem tem nas unidades o complemento da educação apreendida em casa? E, se ocorresse um acidente que tirasse a vida ou deixasse algum aluno, professor ou funcionários, feridos? Veríamos discursos lamentando o fato e frases de efeito ressaltando que todas as medidas seriam tomadas para a punição dos responsáveis?

Não é possível a falta de conhecimento sobre quais prédios oferecem risco, seja unidades escolares ou secretarias que abrigam centenas de servidores públicos. Inaceitável para um governo comandado por alguém tão experiente e preparado para o cargo.

A formação da comissão é positiva, mas é preciso mais atenção, preparo e preocupação com questões essenciais. O trabalho começa agora, deve ser ágil, minucioso e satisfatório. Entretanto, será preciso a contratação de uma empresa, a fim de regularizar a situação dos prédios que não estiverem com a documentação necessária.

Até lá, resta olhar para os céus e pedir a Deus que Mogi Mirim não entre no mapa das tragédias nacionais.

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