Mogi Mirim, considerada a Cidade Simpatia e que, no passado, chegou até a hospedar o imperador do Brasil, Dom Pedro II, por três vezes, hoje facilmente não seria um dos destinos mais atrativos do interior de São Paulo. Mogi anda mesmo abatida, sem vida. Em cada esquina um entulho, em cada rua um novo buraco. Áreas públicas pichadas e boa parte delas quase cobertas pelo mato alto.
É de entristecer a paisagem que toma os olhos sempre que se passa por dois dos principais pontos do município. As praças Rui Barbosa e Floriano Peixoto, o Jardim Velho, antes consideradas os cartões postais da região central, estão em situação digna de pena. Na edição do último sábado, O POPULAR elencou alguns dos diversos problemas existentes nesses locais.
Na Rui Barbosa, por exemplo, não há mais o colorido das flores e muitos bancos estão com os encostos quebrados. A estrutura do coreto também fica aquém. Ponto, que poderia ser utilizado para apresentações musicais, acabou por se transformar em abrigo para os moradores de rua.
O Jardim Velho, por sua vez, não fica atrás. O abandono é ainda mais latente. Com pouca iluminação, o cenário chega a arrepiar no período da noite. Pouco frequentada, a praça apresenta uma série de irregularidades no calçamento. Até um parquinho onde as crianças tinham um momento de lazer já não existe mais.
No início de julho, a reportagem fez um levantamento dos serviços básicos, de responsabilidade da Prefeitura, que são mais reivindicados pela população. O tapa-buraco lidera a lista, seguido pela iluminação. Em terceiro no ranking estão os pedidos de limpeza de áreas públicas, calçadas, terrenos, roçagem do mato, capinagem e afins.
Os 17 vereadores apresentaram na Câmara Municipal, entre 1º de abril e 17 de junho, indicações cobrando por melhorias junto ao Poder Público. Foram feitas 93 indicações relacionadas a buracos, 59 para a troca de lâmpadas e a manutenção da iluminação pública em postes de energia e 45 referentes à limpeza pública. Até então, a lista só tem aumentado. Industrialmente a cidade também estagnou.
Não há propostas de empreendimentos, o que leva a força da mão de obra de muitos mogimirianos para outros municípios. Em breve, se nenhuma iniciativa for tomada pelo próximo prefeito, será apenas um local para dormir e se tomar outro rumo, no dia seguinte. É desmotivante para a população andar pelas ruas e se deparar, dia após dia, com esse cenário. Mogi merece retomar o brilho.