sexta-feira, novembro 22, 2024
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A pauta é o lixo

Os montes de sacos pelas ruas e calçadas, o cheiro fétido, capaz de “azedar” o estômago do cidadão e o cenário de sujeira intensa, brindaram o final de ano de Mogi Mirim da pior maneira possível. Mais uma vez em 2018, a Construrban, empresa responsável pela coleta de lixo, por uma falha operacional, não efetuou a retirada dos detritos de vias espalhadas pelos quatro cantos da cidade, no final de dezembro, gerando incômodo à população e despertando a fúria da Prefeitura, novamente vez acusada de ineficiência por um serviço que, se não é sua função, é de sua alçada.

Desta vez, a empresa alegou que problemas mecânicos em dois de seus quatro caminhões causaram o atraso na coleta. A situação se tornou ainda mais agravante pelo fato do acúmulo do lixo ocorrer em plena época de Natal e Ano Novo, na qual, costumeiramente, o montante de sujeira se intensifica. Pelas redes sociais, críticas de munícipes pressionavam a Prefeitura a agir, justo o Poder Público que se encontrava em recesso e com atividades apenas em serviços considerados essenciais. A notícia, é claro, chegou acompanhada de indignação e raiva por parte do Executivo, cansado de ver sucessivas falhas em um serviço pago por ele.

A nova paralisação mostra, de forma clara, que está na hora de os pingos serem colocados nos “is”. A situação, repetida ao menos em cinco oportunidades no ano passado, escancara que puxões de orelha, cobranças e multas de quantia financeira baixa não bastam para resolver a situação. É nítido que a relação entre Prefeitura e Construrban anda em crise, a ponto de uma separação tornar-se quase inevitável. Ou a Administração continuará a tolerar um trabalho ineficiente e básico do ponto de vista de uma gestão pública?

Visualmente, até em termos de estética, a deficiência na coleta é prejudicial ao município, não apenas em bairros, como para um Centro já deteriorado e à espera de uma grande revitalização. Não é positivo sacos de lixo no meio das ruas, dividindo espaço com veículos e até mesmo encostados nos pneus. Fora os detritos pelas calçadas, atrapalhando a passagem dos pedestres.

Mais do que isso, a Prefeitura tem o dever de participar do processo de educação e conscientização do mogimiriano para um devido descarte correto do lixo, valorizando a importância do pensamento coletivo e não individualista, deixando a comodidade de apenas jogar o lixo no ponto mais próximo de casa, sem se preocupar com os efeitos daquilo. No Japão, embora seja um país anos luz à frente do Brasil em praticamente tudo, o lixo é transformado em energia, tamanha preocupação, a partir de um trabalho desenvolvido em fábricas, cooperativas e usinas.

É necessário o ajuste de diversos pontos para que se feche o círculo capaz de resolver os problemas do lixo na cidade. Um trabalho que envolva toda a coletividade.

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