sábado, novembro 23, 2024
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A reação do investidor à crise definido na palavra: estoicos

Felipe Vidolin

Uma nova semana se inicia, com ela mais um novo escândalo político, nada mudou tudo continua como há meses vem sendo, novas descobertas de corrupção, novas escutas envolvendo líderes políticos, novos escândalos e mais vergonha aparente para a visão nacional e internacional.

No começo dessa semana, um artigo me chamou bastante atenção. Um dos principais jornais Britânicos com ênfase em economia, Financial Times, destacou o início da semana político-policial brasileira, que contou com a prisão do ex ministro do governo de Michel Temer, Geddel Vieira Lima, e com a nova operação envolvendo mais uma vez o ex governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral. O Financial Times definiu em uma palavra a reação dos investidores à crise política brasileira: “estoicos”. Ou seja, impassíveis, frios, calmos e calejados, apesar de todo a balbúrdia que está Brasília. Nada mais choca os investidores, parece que nosso mercado de capital já não se importa muito com a deterioração da cena política do país, que mais parece um talk show de horrores na TV de baixa qualidade. Usando esse termo estoico, o jornal britânico definiu o sentimento do investidor que apesar de todos os problemas, uma das razões para essa sensível estabilidade é que a equipe econômica nomeada por Temer, liderada pelo ministro das Finanças, Henrique Meirelles, e o presidente do banco central, Ilan Goldfajn. Nossa economia está constante devido a um ambiente externo ainda favorável e a uma equipe econômica muito credível e ortodoxa (se eles não podem fazer isso, quem pode?).

O fato é que, nenhum investidor, nenhum ser humano de bem, nenhum homem honesto e com princípios aguenta mais tanto escândalo político. Isso fez com que nos tornemos frios, calejados e blindados como foi descrito pelo jornal britânico. A razão para deixarmos isso de lado e acreditarmos na retomada de nossa engrenagem é o fato de que o Brasil não pode parar, temos que continuar focando na melhora econômica, reforma trabalhista e previdenciária, retomada da capacidade de empregar da indústria e a melhora do poder de compra do brasileiro.

Podemos e devemos acreditar que nossa economia possa reagir. Olhando mais pelo lado otimista, na última quarta-feira o governo federal deu o primeiro passo para a mais ampla reforma na regulamentação do setor elétrico, a proposta de mudança prevê novas regras para atrair investidores privados e facilitar a privatização de ativos estatais federais. Isso fez com que o efeito imediato surtisse na bolsa de valores. A reação mais eufórica foi a da Eletrobrás, uma das empresas que mais serão beneficiadas pela reforma, cujas ações dispararam mais de 25% nos últimos pregões. Outras também podem acompanhar caso concretize essas reformas como, Copel, AES Tietê, Transmissão Paulista, Cesp e Alupar.

Portanto, caros leitores e investidores, olhos de lince nesse momento em nossa economia, pois coisas boas poderão surgir.

Felipe Vidolin, pós-Graduado em Engenharia de Telecomunicações e investidor

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