sábado, novembro 23, 2024
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A recuperação da autoestima

Hoje é difícil encontrar um mogimiriano que não reclame da caótica situação vivida na cidade, seja a nível administrativo ou político. Em uma gestão marcada por poucas ações em benefício à população, e muita, muita polêmica, não causa espanto o descrédito visto na população. E isso, dentre uma infinidade de prioridades, deverá ganhar atenção especial do próximo prefeito.

Neste primeiros meses da pré-campanha eleitoral, notam-se discursos efusivos da maioria dos candidatos em relação à necessidade de mudanças na maneira de governar, administrando melhor os recursos financeiros, promovendo um trabalho de maior profissionalismo e que promessas não serão suficientes para cativar o eleitorado. Entretanto, poucos falam sobre a baixa autoestima da população, abalada por seguidos problemas. Mais do que botar ordem na casa, o próximo ocupante da cadeira mais importante na gestão pública municipal terá a obrigação de resgatar o orgulho do mogimiriano.

Os sentimentos se misturam. Há quem reclame, lamente, demonstre raiva, indignação ou simplesmente já tenha jogado a toalha, tamanha desilusão com os caminhos tomados pela cidade. A sensação é de que não há o que fazer a não ser aguardar o fim da gestão Stupp, que não será candidato à reeleição, em dezembro.

Esse, talvez, seja um legado deixado pela atual administração. Porém, do lado negativo. A chance de fazer história, com um governo pautado pela seriedade, trabalho e muita vontade foi desperdiçada. Stupp sabe que tinha a possibilidade de se destacar nestes quatros primeiros anos, buscar a reeleição e galgar, em um futuro próximo, um cargo ainda maior, como deputado estadual ou federal. Suas virtudes, vistas desde os tempos em que ocupava uma cadeira na Câmara Municipal, pouco foram vistas nestes quase três anos e meio. Até o marketing, característica principal do prefeito, acabou deixado de lado.

Neste ano, poucas foram as ocasiões em que o mandatário apareceu em público. A relação com o povo parece estremecida a ponto de um evitar o outro. O distanciamento é evidente. Caberá ao novo prefeito resgatar esse elo com o cidadão, despertar novamente o orgulho em viver na cidade e mostrar a quem reside em Mogi que nem tudo está perdido. Existe espaço para recomeçar, embora o caminho seja mais do que espinhoso. Seriedade e competência terão que caminhar lado a lado. A tarefa será árdua.

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