Há cerca de um mês, ainda com algumas restrições, as cidades de Mogi Mirim, Mogi Guaçu, Estiva Gerbi e Itapira deram início à retomada de suas atividades esportivas. Claro, tentando seguir os protocolos de proteção contra a Covid-19. Vejo como bastante positivo o fato de que tenha havido um processo coordenado nessa reabertura.
Afinal, do ponto de vista epidemiológico, as realidades vividas pelos municípios próximos são semelhantes. Isso evita um deslocamento desnecessário e também é uma forma das autoridades públicas manterem um melhor controle sobre o quadro, evitando, inclusive, pressões isoladas, que certamente viriam em caso de posturas diferentes.
Mas o objetivo deste texto é tentar projetar qual será a realidade dessa retomada. O que poderemos ter de alterações positivas e negativas para a prática. É possível vislumbrar algumas coisas. Eu espero, por exemplo, por parte de quem organiza essas atividades e eventos, uma conduta mais proativa no aspecto da captação, para que mais crianças e jovens sejam atraídos e se sintam encorajados a abandonar um pouco o celular, a internet e os games, que tem sim o seu valor, mas não os mesmos benefícios de uma aula de judô, dança ou uma partida de basquete. A saúde deles agradece. Não só a física, mas também a mental.
Isso não acontece apenas por iniciativa do interessado. É preciso um amplo trabalho de divulgação daquilo que é oferecido. As pessoas precisam saber onde e quando é possível praticar determinada modalidade com o acompanhamento de professores. E esse papel se estende a cada um de nós.
No boca a boca mesmo. Incentivando quem está próximo, compartilhando aquela iniciativa legal que você conhece. A escola é um ambiente que não pode ser desperdiçado. Além das aulas realizadas internamente, as secretarias devem estar dentro da Educação. Informando e oferecendo aos alunos todas as oportunidades disponíveis.
Isso faz com que os recursos aplicados sejam totalmente utilizados. Esporte também é hábito. E isso pode ser uma informação ruim se não for dada a ela a devida atenção. Depois desse longo período, em que as atividades foram comprometidas, não é loucura supor que o espaço que antes era ocupado pela pelada na quadra com os amigos tenha sido preenchido de outra forma.
A nossa tendência é de imaginar que esse retorno aconteça de forma natural. Porém, nem sempre é assim. É preciso ser ostensivo para trazer de volta esse público e buscar novos praticantes.
Para não dizer que eu não falei de futebol e dos chamados campeonatos amadores, neles também vão ocorrer mudanças. Não só porque é hora de repensar o calendário e tornar as competições mais atraentes para atletas e patrocinadores. É preciso notar que times vão sumir. Outros poderão aparecer nas divisões inferiores. E na elite competitiva das cidades, espero uma interessante alteração de forças.
