sábado, abril 19, 2025
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A Saúde merece ser esmiuçada

Na quarta-feira, completou um mês da sessão legislativa em que a Câmara Municipal rejeitou o projeto de lei nº 29, que visava acrescentar anexos ao Plano Plurianual (PPA) de Mogi Mirim, para o período de 2018 a 2021, abrangendo a polêmica previsão de construção de um hospital municipal. Depois da rejeição, o assunto sobre a necessidade ou não de um hospital municipal na cidade encontra-se hoje adormecido em comparação ao barulho, pouco produtivo, relativo ao tema de antes de a votação ter ocorrido.
O tema do hospital envolveu uma sucessão de trapalhadas, com direito a um viés de amadorismo e marketing do prefeito Carlos Nelson Bueno de colocar uma placa no terreno com o anúncio de construção de algo não plenamente certo. Da mesma forma, faltou um aprofundamento sobre a viabilidade, com um projeto detalhado. Por outro lado, parcela da oposição falhou ao investir em uma abordagem onde brilhou mais o espetáculo midiático do que um aprofundamento de uma questão de vital importância. Na ocasião, parecia haver uma pressa do poder público em aprovar um projeto goela abaixo do Legislativo sem esmiuçar a real necessidade, faltando a realização de uma série de audiências. Houve apenas uma audiência pública protocolar. Passado um mês, agora, sem projeto a ser votado, quando o assunto pode ser analisado sem atropelos, o tema parece adormecido e a população continua sem saber o caminho ideal. Além da questão do hospital, Mogi Mirim vivencia outras preocupações como a situação da Santa Casa, as condições da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e o funcionamento das Unidades Básicas de Saúde (UBSs).
A saúde pública necessita ser amplamente discutida. Seria positiva a realização de uma série de audiências, nas diversas regiões, para incentivar a participação da população e elucidar pontos pouco aprofundados. Nesses encontros, a presença de especialistas seria importante. Discutir, por exemplo, a importância de investir recursos em um projeto de viabilidade somente para esmiuçar os custos detalhados do hospital é essencial. Seria desperdício gastar em algo que poderia não sair ou pior é investir recursos ainda maiores em um hospital que pode não funcionar e trazer prejuízos? Além dos nomes especializados de Mogi Mirim, seria interessante o convite a autoridades em saúde pública regionais, estaduais e nacionais. Consultar a opinião de referências, seja presencialmente, ou à distância ajudaria a enriquecer o debate. A Câmara Municipal pode ser um ponto de partida como local de discussões. Chamada de Casa do Povo, o local precisa de um debate menos preocupado com o marketing eleitoral ou rivalidades políticas. É hora de jogar luz sobre o tema e não pedras.

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