Assim que a árvore da espécie canafístula veio abaixo na tarde do último dia 9, na Praça Floriano Peixoto, o Jardim Velho, um dos cartões postais de Mogi Mirim, a chama da discussão em torno da erradicação de demais plantas não só ali, mas na Praça Rui Barbosa e outros espaços públicos da cidade, foi reacendida com gás total. O debate em torno da metodologia aplicada no trabalho de prevenção sob batuta da Prefeitura, através da Secretaria de Meio Ambiente, veio acompanhado por fortes críticas à Administração Municipal, que estaria omissa quanto à erradicação das árvores na visão de muitos.
Ambientalistas defendem que o melhor seria o corte das plantas no Jardim Velho, em atividade conduzida por um especialista em arborização urbana. Munícipes em geral, incomodados e temerosos com que pode vir de cima, metralham o governo de Carlos Nelson Bueno pedindo ações que evitem novas quedas. Vale lembrar que, em 2013, um garapeiro morreu no mesmo Jardim Velho após ser atingido por um galho de uma árvore, após forte chuva. No dia 9, ninguém ficou ferido.
O fato é que a discussão sobre as árvores, que aquela altura era rotineira em todo o município, se acentuou e ganhou ingredientes ainda mais fortes, com a comoção e dramaticidade em torno da morte, aumentando a atenção e os pedidos por cortes.
A erradicação ou não e todo o trabalho de manutenção e prevenção das árvores precisa ser tratado de forma mais clara e prioritária. Falamos de galhos e troncos históricos, alguns centenários, de enorme comprimento e peso, que oferecem risco ao mogimiriano. Não se discute a importância das plantas para o meio ambiente, mas as árvores precisam ser tratadas com o cuidado necessário a fim de se evitar novos incidentes.
É necessária uma discussão mais ampla e aprofundada sobre as condições e a vida útil das árvores. Os profissionais envolvidos na questão, seja da Prefeitura, do Conselho Municipal de Meio Ambiente, técnicos em arborização urbana e empresários ligados à iniciativa privada, deveriam ficar frente a frente e esclarecer para toda a comunidade o que de fato é preciso para se evitar futuros problemas. Não é hora de pontos de vista evasivos, achismos ou opiniões tendenciosas.
A realidade nua e crua precisa ser exposta. A tão falada revitalização do Jardim Velho e demais cartões postais tomados pelo verde esquece a conservação das árvores históricas, concentrando atenção apenas à estética e limpeza. Iniciativas em torno da segurança do cidadão estão sendo deixadas de lado ou tratadas de maneira superficial.
A Prefeitura prega que o trabalho é bem feito, mas as informações pouco chegam ao conhecimento público. Mogi não pode ver outra morte para tratar o tema com a importância que merece. Passou da hora de unir forças a fim de solucionar a questão. Antes que seja tarde.