A transição do governo de Gustavo Stupp (PDT) para Carlos Nelson Bueno (PSDB) não parece ter começado com o pé direito. Os embates entre o atual e futuro prefeito ainda podem dar “muito pano pra manga”. Isso porque, enquanto Carlos Nelson reclama da demora na abertura das informações por parte do Executivo, Stupp afirma que adota a mesma tática utilizada pelo tucano em 2012, e que a transição terá início somente a partir do dia 16 de novembro.
No meio dessa queda de braço, a cidade continua agonizando por melhorias em todos os aspectos. Mais uma vez, esse é o exemplo clássico de como e quanto a política tem sido norteada por birrinhas e disputas partidárias. Não seria a hora, diante do caos instalado no município, de ambos sentarem para chegar num consenso a respeito dessa transição e, sobretudo, colocar o destino de Mogi Mirim em primeiro plano?
Nesse finalzinho de governo, Stupp teria a chance de fazer diferente de Carlos Nelson e antecipar a abertura dos dados relativos à Prefeitura. Só basta querer. Seria esse, talvez, o ato mais digno e certeiro de toda sua gestão. De quebra, ainda poderia conquistar um pouco do respeito dos munícipes. A descrença na figura de Stupp é tão alarmante que 53% dos internautas responderam, em enquete publicada no site de O POPULAR, que qualquer prefeito em seu lugar fará a cidade evoluir.
Da mesma forma, o experiente futuro prefeito também teria a possibilidade de ir ao encontro do jovem político, fazer o chamado “corpo a corpo”, já que Stupp disse estar à disposição da equipe de transição de Carlos Nelson. Reclamar das dificuldades via imprensa não seria a melhor maneira de resolver o impasse.
Até porque se há a necessidade dessas informações, o mais rápido possível, a fim de se garantir a prestação de serviços e a integridade do patrimônio público, é preciso uma atitude que esteja acima de tantas burocracias. A população está farta de comportamentos destrutivos, seja no Executivo ou Legislativo. As questões políticas não podem mais ser trabalhadas no famoso “toma lá, dá cá!”.
Por que o processo de transição tem que ser feito na mesma moeda? Ou ainda, por que não se tentar estabelecer um diálogo entre as partes? Esse jogo de ataques, além de dificultar a passagem de uma administração pública para outra, gera desgastes desnecessários em um tempo de crise. Toda a energia que deveria ser empregada na resolução dos problemas, que são muitos, acaba destinada nesses entraves. No fim, o placar da disputa será desfavorável aos mogimirianos.