Cento e vinte e sete anos depois da abertura da “Estrada dos Guaiases” pelo Segundo Anhanguera, o Governador da Província de São Paulo enviou ofício à Câmara Municipal de Mogi Mirim solicitando estudos para a conservação do trecho dessa estrada, que continuava a servir para o escoamento da produção agrícola no território paulista, apesar do leito carroçável apresentar problemas de conservação no trecho entre Mogi Mirim e Campinas, dificultando o trânsito no referido local.
A Câmara Municipal de Mogi Mirim designou uma comissão composta de três vereadores e que chegou à seguinte conclusão, conforme consta no livro de atas de 15 de março de 1852: “O conserto da estrada na parte que está nesse município, desde a cidade de Mogi Mirim até o Rio Jaguari, necessita da feitura de uma ponte e aterro no brejo e seu esgotamento abaixo do Engenho da Serra, nas terras de João Adorno, no rumo do Rio Pirapitingui, deve seguir na mata o mesmo rumo da estrada antiga, tirando algumas voltas e entupindo com terra os buracos, alargando-se a estrada em 18 a 20 palmos (cerca de 5 metros), com roçados em ambos os lados e que será queimado logo que esteja seco”.
Finalizando os estudos, bem elaborados detalhes técnicos: “Quando se aprontar o aterro e esgotamento do pântano abaixo do Engenho de Serra, no Pirapitingui e terras do João Adorno, se faça ponte com esteios, travessas e linhas de peromirim e atravessadas duas toras de madeira guarantã rachadas, com a feitura de aterros com altura de 20 palmos. No local existem camadas de pedras que se tem de tirar ou desviar. Esta obra está orçada em R$ 1.200.000,00 (um milhão e duzentos mil réis, ou seja, mil e duzentos contos). Por esse preço se pode contratar ou arrematar.
Curiosidades
Usava-se na época medidas como palmos e passos, madeiras como guarantã e peromirim, que eram de grande resistência e longevidade. O local da ponte, o Engenho de Serra, tem o mesmo nome atualmente e trata-se de uma elevação geográfica dentro do município de Mogi Mirim e que ficava antigamente nas propriedades de João Adorno, membro de tradicional família de nossa terra. E destaque-se as aptidões técnicas dos antigos vereadores e que além de suas funções naturais, também funcionavam como engenheiros! E sem nada ganhar!
A contratação dos serviços
Foi vencedor da concorrência o mogimiriano Ricardo Rodrigues de Oliveira, com o valor total de mil e duzentos contos de réis. Mesmo com algumas pequenas alterações, a estrada aberta pelo Anhanguera conservou praticamente o antigo traçado.
FONTES: Atas da Câmara Municipal de Mogi Mirim e Documentação do Arquivo do Estado do ano de 1852.
Preceitos Bíblicos
“Ao Senhor pertence a terra e tudo o que ela encerra, o mundo inteiro com os seres que o povoam. Porque Ele a tornou firme sobre os mares e sobre as águas e a mantém inabalável”. (Salmo 23)
Túnel do TEMPO
Em janeiro de 1947, Mogi Mirim possuía 869 propriedades rurais em seu município sede. Entre os quatro distritos: Artur Nogueira, com 679 propriedades, Conchal, com 464 propriedades, Santo Antônio de Posse, com 195 e Jaguariúna, com 177 propriedades rurais. Um total de 2384 propriedades.
Livros – História de Mogi Mirim e Região
Mogi Mirim, nascida da bravura dos paulistas | 512 páginas e 42 fotos
A escravidão e o abolicionismo Regional | 278 páginas e 56 fotos
Memórias Mogimirianas | 260 páginas e 47 fotos
Pontos de venda em Mogi Mirim
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