A valorização cultural e histórica de uma comunidade é instrumento essencial na construção de uma sociedade consolidada em bases sólidas e preparada para o futuro. É fundamental que a população tenha conhecimento sobre raízes, tradições e motivações que levaram a sociedade ao estado atual. A carência de cultura, informação e educação é uma das maiores responsáveis por um país não evoluir, na medida em que a ignorância favorece a perpetuação do domínio de interesses escusos e a proliferação da corrupção. Com cultura, a sociedade fica mais preparada para interpretar as ações geralmente ignoradas e, assim, exercer uma cobrança constante, sem aceitar passivamente as decisões da classe política, podendo ser agente ativa nas transformações.
Em Mogi Mirim, um trabalho interessante é promovido pelo Centro de Educação e Integração Social (Cebe), na disciplina Cidadania. O projeto é promovido pela professora de história, Ludmila Fontoura. O objetivo é incentivar os jovens a se tornarem cidadãos de fato, ou seja, atuantes para melhoria de onde vivem. Para tanto, Ludmila ensina sobre a história, com visitas dos alunos a pontos da cidade. Uma das visitas foi à Câmara Municipal, com o ensino sobre as funções do legislativo, envolvendo conversa com vereadores e até simulação de votação. Em outras, o aprendizado foi de personagens da cidade, além de aulas relacionadas a pontos por onde os jovens sempre passam, mas puderam conhecer com um novo olhar a partir das informações. Outro projeto interessante é o Passeio de Intenções Turísticas, da Secretaria de Cultura e Turismo e Conselho Municipal de Turismo.
Nesta ideia, a população tem uma oportunidade interessante no sábado, às 8h, quando será promovida pela Prefeitura a primeira edição da Excursão Cultural, um passeio histórico, com saída do Coreto da Praça Rui Barbosa, comandado por especialistas na história da comunidade, Nelson Patelli Filho e Tóride Celegatti. O passeio irá apresentar pontos históricos e ensinar sobre o passado. Uma atração estudada, caso haja público suficiente, é simular o footing, tradição em que homens e mulheres andavam em círculo, em sentidos contrários, pela Praça Rui Barbosa, com trocas de olhares. Das paqueras no footing, foram iniciados namoros e originados casamentos. O tema serve de interessante observação sobre as mudanças de comportamento e costumes ao longo das décadas, permitindo a jovens entenderem um pouco do que muitos pais ou avós vivenciaram. Projetos como os citados devem ser incentivados, mantidos, estendidos e aperfeiçoados para municiar a sociedade, pois a deficiência cultural é nociva para qualquer comunidade.