Há tempos que Mogi Mirim perdeu suas características de cidade interiorana, com a expansão imobiliária, industrial e, infelizmente, a sensação de insegurança aumentar. Apesar de esta semana O POPULAR ter divulgado que nas estatísticas policiais do mês de abril houve redução de ocorrências como roubos e furtos, é possível afirmar que o crime arruma alguma maneira de se reorganizar. Isso porque mesmo com a queda nos índices, justificadas por algumas autoridades em segurança pela prisão de quadrilhas que agiam na cidade, nos últimos dias a Polícia Militar, a Guarda Civil Municipal e Polícia Civil prenderam nove pessoas acusadas de roubo e furto.
O lado positivo destas prisões é o fato de as forças policiais estarem atuando forte nas ruas, apreendendo armas, prendendo bandidos e recebendo a confiança da população em troca. Em contraponto, nove famílias passaram momentos de terror, seja nas mãos de bandidos, feitas reféns, trancadas em um só cômodo da casa, ou na ingrata surpresa de encontrar seu lar doce lar revirado e com a falta de pertences de valor, comprados com o suado dinheiro do trabalho honesto.
E essa sensação de insegurança se perpetua, passando de casa em casa numa vizinhança que já foi alvo de bandidos, estigmatizando bairros como locais perigosos, fazendo com que moradores tenham medo de desfrutar da liberdade convidativa dos espaços públicos e prefiram a fictícia segurança das cercas elétricas, alarmes e trancas.
A prisão de criminosos feita pelas polícias nem sempre serve como exemplo para o restante da bandidagem que ainda se esconde em vielas e na sombra da noite para agir, e novas quadrilhas surgem a casa dia, atuando em casos de furto, roubo, tráfico de drogas e até em golpes.
Resta a polícia continuar o trabalho diário de “enxugar gelo”, levando como estímulo as conquistas da apreensão dos maus elementos e da participação da população com denúncias anônimas.
Ao povo, fica sensação a de insegurança, o relato de conhecidos que foram vítimas da violência e que nenhuma estatística sequer consegue amenizar.