A Prefeitura tem batido frequentemente na tecla da contenção de gastos. Desde o ano passado, quando uma série de cortes foram anunciados até por meio de decreto, a mesma resposta foi apresentada pelo Governo Municipal para argumentar a não realização de comemorações e eventos previstos nos calendários municipal e nacional.
Para citar alguns exemplos: Carnaval, Virada Cultural, Dia do Trabalho, 7 de Setembro e 22 de Outubro. Salvo o 12 de Julho, Revolução de 32, cuja data é celebrada por iniciativa do Rotary Club. Caso contrário, possivelmente também passaria em branco.
Na segunda-feira, por meio de nota, a Administração Municipal anunciou, mais uma vez, que não haverá desfile cívico e nem ato solene no Dia da Pátria. As festividades para o aniversário da cidade também foram descartadas. A decisão, tomada pelo Gabinete do Prefeito em acordo com os secretários municipais, novamente deixa claro que o Poder Público não tem intenção alguma em trabalhar em prol da população.
Em um cenário de crise, a questão dos eventos depende muito mais da boa vontade do Executivo. É possível se fazer uma comemoração sem gastos faraônicos. Prova disso deu a Associação Comercial e Industrial de Mogi Mirim (Acimm) ao promover uma solenidade em alusão ao Dia da Pátria, na Praça Rui Barbosa, no ano passado.
A impressão é que a Prefeitura sempre está à espera de alguém ou alguma instituição que tome frente nesses aspectos. Não parece querer “andar com as próprias pernas”, encontrar alternativas em meio às dificuldades financeiras para tentar oferecer uma opção de lazer e cultura, atendendo, dessa forma, às expectativas dos munícipes.
Se no início do governo, alguns secretários e funcionários públicos já estavam acometidos pela doença do comodismo, agora, nesse final de mandato desastroso, esse problema fica ainda mais em evidência. Causa revolta o fato dos cidadãos saberem que há pessoas pagas para fazerem esse tipo de serviço, embora não espante, e nem seja novidade, que poucos se dedicam às atividades e se mostrem interessados.
Um desfile poderia muito bem ser organizado pela Administração, buscando apoio e participação de outros setores da sociedade. O segredo, nesse caso, é ter ideias criativas e unir a comunidade em prol do mesmo objetivo. O povo mogimiriano não quer extravagâncias, mas sim respeito.