Por Dr. Marcel dos Santos
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Muito comum, acne é o nome dado a espinhas e cravos que surgem devido a um processo inflamatório das glândulas sebáceas e dos folículos pilossebáceos. É muito frequente na fase da adolescência, sem deixar de ser comum também em adultos, principalmente em mulheres. Além do incômodo das lesões, como na adolescência, a aparência é um fator importante, o comprometimento estético determinado por alterações da pele pode atingir o lado psicológico e tornar o adolescente inseguro, tímido, deprimido, infeliz, com rebaixamento da autoestima e com consequências sérias que podem persistir pelo resto da vida.
As lesões aparecem com mais frequência na face, mas também podem ocorrer nas costas, ombros e peito. Assim, os sintomas principais são: comedões (cravos); pápulas (lesões sólidas arredondadas, endurecidas e avermelhadas); pústulas (lesões com pus); nódulos e cistos. Pode ocorrer piora relacionada a situações de estresse ou no período menstrual. Certos medicamentos como corticóides, vitaminas do complexo B, exposição exagerada ao sol, contato com óleos, graxas ou produtos gordurosos e, principalmente, o hábito de mexer nas lesões (“espremer cravos e espinhas”) pioram o quadro. A acne não é contagiosa e não se relaciona à “sujeira” da pele ou do sangue.
O ideal é a acne ser tratada o mais precocemente possível. Está ultrapassada a ideia de que não se deve tratá-la por ser considerada “própria da idade”, “de desaparecimento espontâneo com o tempo” ou “de não ser doença”. Seu controle é recomendável não só por razões estéticas, como também para preservar a saúde da pele e a saúde psíquica, além de prevenir cicatrizes (marcas da acne) tão difíceis de corrigir na idade adulta.
O tratamento vai variar de acordo com a gravidade e a localização, e em função de características individuais. Pode ser apenas local, com inúmeros produtos existentes no mercado, isolados ou combinados: ácido salicílico, peróxido de benzoíla, retinóides (tretinoína, adapaleno), antibióticos e ácido azeláico. Em formas moderadas a graves utilizamos antibióticos orais e nas formas mais graves utilizamos a isotretinoína oral, conhecida comercialmente como Roacutan. O tratamento hormonal, com anticoncepcionais orais, é sempre útil para as mulheres, desde que não existam contraindicações. Uso de sabonetes anti oleosidade e protetores solares oil free são sempre indicados no tratamento conjunto.
Dúvidas no tratamento de acne? Agende uma consulta com o seu dermatologista.
Fonte: Sociedade Brasileira de Dermatologia