quarta-feira, abril 23, 2025
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Acusado por Victor de usar verba do Mogi Mirim, Luiz é afastado

O Conselho Deliberativo do Mogi Mirim decidiu pelo afastamento do presidente Luiz Henrique de Oliveira por tempo indeterminado, com a presidência assumida pelo vice-presidente, o português Victor Simões, investidor do clube. A decisão foi resultado de uma representação enviada por Victor ao Conselho, no dia 10. Ata registrada em cartório e divulgada à imprensa no dia 18 afirma que a decisão foi tomada em sessão extraordinária no dia 12. O mandato de Oliveira termina em 31 de dezembro. Além de Luiz, foram afastados os conselheiros fiscais, Felipe Oliveira e Adilson Pinheiro.

Acusado por Victor de usar verba do clube para fins pessoais, Luiz concedeu coletiva na quinta. (Foto: Diego Ortiz)
Acusado por Victor de usar verba do clube para fins pessoais, Luiz concedeu coletiva na quinta. (Foto: Diego Ortiz)

Na representação, Luiz é acusado de usar verba do clube para fins pessoais. Victor aponta que Luiz locou imóvel para uso particular em nome do Mogi e gastou com combustíveis e refeições sem vinculação com o exercício de presidente, incluindo como despesa do clube.

Victor acusa ainda Luiz de agir de forma ditatorial ao demitir funcionários por não compartilharem com os mesmos ideais políticos, citando entre eles o supervisor Maurício Rocha. Outro fato foi o impedimento do primeiro tesoureiro e assessor de comunicação, Geraldo Bertanha, e o segundo tesoureiro, Josué, de entrarem no clube sem justificativa.

O afastamento foi baseado no artigo 26, VI, do estatuto. Pelo artigo, cabe ao Conselho afastar os membros da diretoria. Na ata é informado que o afastamento objetiva uma melhor apuração. O Conselho é presidido pelo português Nélio Simões Coelho e tem Nancy Martins, Licínio da Conceição Coelho, pai de Nélio, e Zélia da Conceição Coelho.

Luiz acusa golpe branco e esquema com portugueses

Afastado pelo Conselho Deliberativo, mas ainda atuando no clube, Luiz Oliveira disse ser vítima de um golpe branco do presidente do Conselho, Nélio Coelho, com participação do ex-assessor da presidência, Cristiano Rocha, e anuência do investidor Victor Simões.

Segundo Luiz, as acusações de uso de dinheiro para fins pessoais foram reação a atitudes como não permitir um esquema para levar atletas da base ao futebol português e divergência em relação ao investimento no Paulistão: “Esse é o principal motivo, querer levar os jogadores da base. Como não tem nada para me acusar, me acusou de gasolina. Eu moro em São Paulo, preciso abastecer, tenho requisição de gasolina e minha nota de pedágio e meus almoços”.

Em relação à locação de um imóvel, diz ser um apartamento funcional, assim como os jogadores têm. Por outro lado, diz que portugueses se hospedaram em um hotel de forma gratuita, mas as despesas foram assumidas pelo clube.

“Tem uma conta de quase R$ 2 mil, comida, bebida, cachaça, cerveja sei lá o quê, pro clube pagar”, disparou.

Luiz disse que seria feito um cartão corporativo, o que havia sido acordado com Nélio. Afirma ainda que Cristiano disse que enquanto isso ele poderia usar o seu cartão. “Esse cartão corporativo nunca veio”, afirmou.

Procurado por O Popular, via assessoria de comunicação, Victor informou que se manifestaria posteriormente quando estivesse no clube. A assessoria informou o mesmo em relação a Nélio. Já Cristiano disse que se manifestaria junto com Nélio e Victor para um esclarecimento melhor.

“Brasil Colônia acabou”, dispara dirigente afastado

Luiz acusa terem sido infiltrados no clube pseudo-empresários para levar atletas da base ao Eléctrico, da Terceira Divisão de Portugal, em uma espécie de pseudo-parceria, sem o Mogi receber nada. O presidente diz ter trabalhado duro para renovar com Keké, Ruster e Jô. “Eu não ia pegar a joia que eu aposto para sair de graça. Quando renovo, querem dar 50% para um time da Terceira Divisão, sem entrar um centavo no caixa do Mogi. Alguém ia receber, não sei, não é o Mogi e não sou eu”, contou. “Brasil Colônia acabou seis séculos atrás, quando os portugueses vinham e levavam nosso pau-brasil, nosso ouro e davam espelhos pros índios”, completou.

Jô é um dos nomes da base que queriam tirar do clube, diz Luiz
Jô é um dos nomes da base que queriam tirar do clube, diz Luiz. (Foto: Diego Ortiz)

Luiz disse que chegou ao ponto de empresários viajarem na delegação do sub-20 em jogo contra o Red Bull aliciando atletas: “Empresários e pseudo-dirigentes indo de banco em banco perguntando se tem passaporte, se querem ir”.

O presidente disse ser mentira que Maurício foi demitido: “É mentira também falar que não entraram no clube. Quem quase não pôde entrar fui eu. Quando cheguei, tinham 6 seguranças colocados pelo senhor Cristiano a pedido do vice. Pensei que iam me matar. Liguei pro 190 na hora”.

Em relação ao afastamento, reclama não ter tido direito à defesa e que, ao contrário da ata, a reunião do Conselho não ocorreu no clube e sim foi forjada na casa do vice, com assinatura de conselheiros familiares de Nélio. “De forma sumária e arbitrária, chega uma ata que não foi feita no clube, assinada por quatro pessoas. Assinaram a mulher, o pai, a mãe, a tia, o cachorro dele, o papagaio. Mas isso é discussão para o departamento jurídico”, colocou.

Luiz diz que não abriu mão do final do mandato pela maneira como agiram, mas queria uma conversa com Victor e até admite sair. “Se não tivessem falado, eu sou claro, que estou roubando, eu teria saído. Chega em mim, não dá mais, a vida continua. Não vir com golpe baixo. Me senti apunhalado, igual marido traído”, frisou.

Luiz disse que há cerca de 20 dias estava programado com Victor repetir a chapa. A relação vem de 19 anos e diz que Victor está hoje contra ele por fofocas. “Eu acho que descobriram ouro e estão querendo me tirar”, ironizou.

O dirigente admite uma chapa com Victor, a quem considera sério. Porém, não aceitaria Nélio, sobrinho de Victor, na presidência do Conselho: “Esse aí entrou no ônibus pela janela. Nunca deu um chute numa bola, só sabe fazer pão”.

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