domingo, novembro 24, 2024
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Adesão à greve sobe para 35%, aponta Apeoesp

O número de professores da rede estadual de ensino que aderiu à greve já subiu para 35% em Mogi Mirim, informou o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp). Até quarta-feira, o índice estava em torno de 20%. Na região, 60% dos profissionais que pertencem à classe estão parados.

De acordo com a Diretoria Regional de Ensino, 460 professores trabalham nas escolas estaduais do município. Segundo levantamento feito pela Apeoesp, 85 estão fora das salas de aula. Um novo ato da categoria foi realizado, na tarde de quinta-feira, com objetivo de endossar o movimento deflagrado no dia 13 do mês passado.

Manifestação contou com professores e estudantes, na última quinta (Foto: Ana Paula Meneghetti)
Manifestação contou com professores e estudantes, na última quinta (Foto: Ana Paula Meneghetti)

Cerca de 60 pessoas, entre professores, sindicalistas e estudantes, participaram da manifestação. O grupo, que integra os profissionais ligados à Apeoesp, se concentrou primeiro no Espaço Cidadão. Os professores discursaram, fizeram a leitura da carta de reivindicações, que foi entregue à dirigente regional de ensino no mesmo dia, e votaram a favor da continuidade da greve. Logo depois, todos partiram a pé, marchando com faixas e cartazes, até a sede da diretoria, localizada na Avenida Santo Antônio. Durante o trajeto, um carro de som ainda acompanhou o grupo pelas ruas centrais.

Os professores pedem reajuste de 75,33% para equiparação salarial com as demais categorias com formação de nível superior, melhores condições de vida e trabalho, jornada de 20 horas semanais, imediato desmembramento das salas superlotadas, nova forma de contratação de professores temporários, com garantia de direitos e aumento do valor do vale-alimentação e do vale-transporte.
A política de bonificação e a bonificação por resultado são outros dois pontos que estão na pauta da categoria. Eles também criticam a estratificação das categorias e pedem o fim da “duzentena” para os professores temporários.

“Desde 2009, o Estado vem colocando a categoria ‘O’ (dos temporários) em uma situação precarizada”, afirmou o coordenador da sub-sede da Apeoesp em Mogi Mirim, Nevile Damarino. A lei da “duzentena” determina que o temporário deve aguardar 200 dias para ser novamente contratado a fim de não atrapalhar o andamento dos concursos públicos. Quanto à suspensão das aulas devido à greve, a Secretaria da Educação do Estado informou que 92% dos docentes comparecem às escolas e estão comprometidos com as atividades escolares e pedagógicas.

Sem acordo
O comando de greve deve continuar intensificando as visitas às unidades de ensino, uma vez que o governador Geraldo Alckmin (PSDB) ainda não abriu negociação com a categoria. Durante toda a semana, representantes do sindicato e professores se reuniram em frente às escolas estaduais da cidade para mobilizar demais profissionais e pedir apoio à causa.

O presidente da sub-sede da Apeoesp no município, Ricardo Augusto Botaro, reforçou que os professores vão continuar parados enquanto não houver um acordo. Na tarde de ontem, 48 professores da região participaram de mais uma assembleia e de um ato público realizado em frente ao Palácio dos Bandeirantes, na capital paulista.

Para grevistas, direção tem postura autoritária

O comando de greve da Apeoesp procurou a reportagem de O POPULAR, na manhã de quarta-feira, para apresentar uma denúncia contra a direção da Escola Estadual Professor Valério Strang. Segundo os grevistas, o diretor manteve uma postura autoritária diante de um ato legítimo, que tem respaldo na Constituição Federal, ao impedir que eles entrassem na unidade para mobilizar outros professores que ainda não tinham aderido ao movimento.

Naquele dia, o ato era realizado em frente à escola e contava com, em média, 15 professores. De acordo com informações do comando, a maioria dos estudantes resolveu apoiar a causa espontaneamente, permanecendo do lado de fora. Contudo, em um determinado momento, quando a rua foi fechada, o diretor resolveu chamar a Ronda Escolar, abrindo diálogo com os professores somente por intermédio dos policiais militares, que se dirigiram até o local para garantir a segurança dos alunos.

Os grevistas classificaram o comportamento do educador como “intransigente” e disseram que a atitude contribuiu de forma negativa ao distorcer os reais objetivos da greve. Durante o relato, o comando ainda deixou claro que a atitude foi isolada, porém constrangedora e infeliz, já que em nenhuma outra escola houve essa resistência.

O POPULAR procurou pela direção da Valério Strang e foi informado que o diretor só se pronunciaria por meio da Diretoria Regional de Ensino. Em nota, a Secretaria da Educação afirmou que reconhece o direito de greve, mas que a Diretoria de Ensino não pode pactuar com o movimento de um dos sindicatos da categoria que tem incitado os pais a não levarem seus filhos às unidades escolares para inflar a paralisação. A Educação se colocou aberta ao diálogo e frisou que a diretoria também está à disposição dos professores.

 

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