sábado, novembro 23, 2024
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Adílio aborda a diversão em meio à cultura indígena

De volta ao Boteco, o missionário Adílio Cândido aborda a cultura indígena e recorda momentos divertidos vividos com os índios no período em que trabalhou como técnico e colaborador de competições em Santa Cruz Cabrália, na Bahia, entre 2015 e 2016.
Boteco – Adílio, conte umas histórias divertidas na relação com os índios.
Adílio – Então. Logo que fiquei muito amigo de todos eles me fizeram colocar a roupa deles, aliás, nem a roupa, só a parte de baixo que é feito com a folha do coqueiro (risos). Imagina que coisa feia que eu fiquei, todos nós rimos demais. Tudo que envolve a cultura deles eu me divirto demais, eles me fazem fazer várias coisas que eles fazem. Tipo lançar a adaga. Arco e flecha.
Boteco – Você lança?
Adílio – Sim, mas nem chega na metade do caminho. Erro tudo.
Boteco – Você lança contra animais em caças?
Adílio – Não, só brincando com os meninos.

Adílio Cândido comandou treinamentos de futebol com índios em Santa Cruz Cabrália. (Foto: Arquivo Pessoal)
Adílio Cândido conviveu com a cultura indígena em Santa Cruz Cabrália, onde comandou treinos de futebol. (Foto: Arquivo Pessoal)

Boteco – E a alimentação?
Adílio – A comida quase igual porque eles não conseguem mais viver da caça e pesca. Nós (brancos) infelizmente acabamos com tudo isso deles.
Boteco – E o que eles comem? De que forma conseguem os alimentos?
Adílio – Muitos trabalham vendendo artesanato na praia. Eles recebem ajuda do governo, cesta básica. Mas a melhor coisa é a feijoada deles. Boa demais.
Boteco – E rolam festas nas aldeias?
Adílio – Só tenho a falar que o mangute deles é bom demais. Mangute é comida na língua pataxó. Rola festa sim, eu tive o privilégio de participar de um casamento indígena.  O noivo tem que carregar a tora no peso da noiva. Festa de três dias.
Boteco – E como é o casamento? Como a noiva se veste?
Adílio – Com as roupas indígenas, todos os índios com as roupas deles tradicionais. Muito lindo. Eles saem pra caçar pra ter comida na festa.
Boteco – E rola bebida alcoólica? Cerveja?
Adílio – Sim, rola sim, as que eles mesmo fazem. Cerveja na festa não.
Boteco – Eles ficam alegres?
Adílio – Sim, ficam muito alegres e se respeitam muito.
Boteco – Como funcionam os namoros? Há liberdade ou rigidez das famílias?
Adílio – Namoram cedo, tem meninas com 15 anos casando.
Boteco – Elas escolhem os noivos ou a família decide?
Adílio – Então hoje é mais liberado, tem muito mistura de índio com branco. Eles escolhem.
Boteco – Por ser um líder e de outra cultura, você foi muito assediado?
Adílio – Não muito, não. Sou feinho né (risos). Tem índias lindas.
Boteco – Elas são simpáticas ou arredias?
Adílio – São a princípio pé atrás, mas depois são as pessoas mais amáveis do mundo. Eu aprendi amar eles demais do mesmo jeito que eles aprenderam a me amar. Sempre me senti muito amado lá.
Boteco – E como são as comemorações depois dos jogos?    
Adílio – Depois tem um refrigerante pra variar ou almoço. Tem uma bebida que eles fazem de mandioca. Muito gostosa. Tem sem álcool e com álcool.
Boteco – Adílio volta para revelar a forma de lidar com os atletas no trabalho como técnico e fala sobre os índios revelados para grandes clubes brasileiros.  

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