A advogada Solange Machado e Silva, representante dos moradores do bairro Chácara São Marcelo, na zona Norte, ocupou a tribuna livre, logo após a sessão de segunda-feira, para afirmar que fará tudo para impugnar um empreendimento imobiliário na região.
O assunto veio à tona apenas na noite de segunda-feira, mas Solange disse que já tenta contato com Leonardo Zaniboni (SD) há um ano. O vereador é o proprietário da Empreendimentos Imobiliários São Marcelo SPE Ltda., empresa sediada no município e responsável pelo projeto que prevê a construção de mais 200 lotes no bairro.
Segundo Zaniboni, o loteamento, ainda em fase de aprovação, seria de médio a alto padrão. Para a advogada e moradora da São Marcelo, a obra não trará benefício algum à população local e ainda será mais um problema entre tantos outros, como a incidência de queimadas e o acúmulo de lixo. Isso porque ela acredita que o empreendimento irá sobrecarregar a entrada de acesso do bairro.
Solange ainda argumentou que o processo do empreendimento pode até ser legal, entretanto, não é moral, e também criticou a falta de medidas públicas com relação à infraestrutura. “Não quero pagar essa conta. Estamos jogados lá. O acesso não é bom, não tem acostamento”, contestou a advogada, referindo-se ao aumento no fluxo de veículos, caso o projeto seja executado.
O projeto
Um projeto de lei de autoria do prefeito Gustavo Stupp (PDT) autoriza o Serviço Autônomo de Água e Esgotos (Saae) a celebrar um acordo técnico com a empresa de Léo Zaniboni para execução de um emissário de esgoto que visa atender o empreendimento “Residencial São Marcelo”. Contudo, a votação da proposta, que seria realizada na sessão de segunda, foi adiada por dez dias. O pedido de adiamento partiu do vereador Laércio Rocha Pires (PPS) e foi acatado por unanimidade pelos demais parlamentares.
Em entrevista à imprensa, Zaniboni disse respeitar a posição da advogada, mas não concorda quanto aos prejuízos do empreendimento. Conforme o parlamentar explicou, a obra do empreendimento não encareceria os impostos já pagos, pelo contrário, favoreceria os moradores do bairro, uma vez que não há rede de esgotamento sanitário e, por isso, muitas casas têm somente a fossa como único meio para descartar os dejetos.
Segundo o projeto, o acordo técnico entre a empresa e o Saae visa o “favorecimento coletivo de parte do bairro São Marcelo”. A empresa ficaria responsável por doar todos os materiais necessários à obra, enquanto a autarquia entraria com a mão de obra e maquinários para a execução dos serviços.
O emissário compreenderia a divisa do bairro com a Rua Armando Karachi até a altura da Rua Sebastião Lanza. Deste ponto, seguiria pela área doada ao Sindicato Rural à Rodovia Dr. Amador Jorge da Siqueira Franco até o emissário da Sesamm – Serviços de Saneamento de Mogi Mirim S/A, concessionária responsável pelo sistema de tratamento de esgoto na cidade.