O advogado do Mogi Mirim, João Zanforlin, está otimista com o resultado do julgamento do caso das ofensas raciais contra Arouca vindas da arquibancada no jogo contra o Santos. O Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol do Estado de São Paulo julga o Sapo nesta segunda-feira, às 18h. Na última segunda-feira, o julgamento se iniciou, mas foi adiado para que sejam ouvidos dois repórteres que afirmaram terem ouvido xingamentos de “macaco” a Arouca.
“Se o Tribunal adiou para ouvir a testemunha é porque não tem uma convicção de que realmente alguém disse o que foi divulgado. Um fala macacão, outro que ele tinha que jogar em uma seleção da África. O Tribunal está na dúvida e na dúvida, é pró réu, tem sido assim”, analisou Zanforlin.
O advogado lembra que o artigo em que o Mogi foi citado tem penas rigorosas, obrigando o Tribunal a ter convicção plena da culpa. O Mogi foi citado pelo artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, que trata da prática de ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante relacionado a preconceito em razão de fatores como origem étnica e raça. As punições podem ser perda de mando de campo, multa ou perda de pontos. Zanforlin não acredita em perda de pontos e nem que a manifestação dos jornalistas possa convencer o Tribunal. Lembra que o Mogi tem o DVD em que o repórter conta a Arouca que ele está sendo xingado e aplaudido ao mesmo tempo. “Não pode avaliar além disso. Eu já fui repórter, o cara está com o fone no ouvido, se ele não identificou, ninguém mais tem condições de identificar”, resume.