Desde o início do mês, médicos-veterinários de todo o país não podem mais cortar a cauda de cachorros. A medida, que vinha sendo discutida na área, contempla pedido realizado pelo Ministério Público do Estado de São Paulo (MPE) feito junto ao Conselho Nacional de Medicina Veterinária (CNMV). Os profissionais que desobedecerem esta ordem correm o risco de terem o registro suspenso.
Uma resolução foi publicada no diário oficial nos primeiros dias de julho, o que torna este tipo de cirurgia ilegal. Esta resolução é aplicada somente a médicos-veterinários. O pedido do Ministério Público para que estes profissionais não cortem mais a cauda dos cachorros partiu de grupos ligados à proteção de animais, após uma representação ter sido feita à entidade.
A partir do momento em que o procedimento do corte do rabo é realizado sem estar de acordo com o artigo 32 da lei 9.605, passa a ser enquadrado como maus tratos ao animal. Antes, uma lei já havia estabelecido que as orelhas não poderiam mais ser cortadas.
Estudos apontaram que a falta de uma cauda longa pode afetar a vida social do cão, já que ela pode servir para estabilizar o equilíbrio do animal quando ele corre ou se movimenta. Mas existem controvérsias na questão. O corte da cauda do cachorro é necessário em casos como neoplasias, processos inflamatórios, infecciosos, entre outros, a partir de análise de um profissional especializado.
Na opinião do veterinário Acácio Antonio dos Santos a medida é válida para o bem estar do cão. “Para o animal é muito bom, essa lei está seguindo a tendência mundial no corte do animal. Hoje existe uma consciência do bem estar e da preservação da qualidade de vida do animal”, afirmou.
Em sua visão o corte da cauda dos cachorros deve ser aplicado após um diagnóstico que justifique a ação. “Desde que seja uma indicação médica e cirúrgica tem que tirar. Em termos estéticos já não faz mais isso”, disse.
A medida, segundo ele, pode evitar o exercício ilegal da profissão.