Após a convocação de uma sessão extraordinária às pressas para a votação de um Projeto de Lei Complementar que criaria mais 53 cargos comissionados, passando de 78 para 131, o projeto foi retirado da pauta de votações na tarde de quarta-feira pelo Executivo, após uma reunião com os vereadores da base aliada. Na terça-feira, um despacho do desembargador deu um prazo de 90 dias para a Prefeitura promover adequações.
Na terça-feira, logo após receber a notícia do despacho, Stupp comemorou e afirmou que irá elaborar projetos para a diminuição dos salários dos gerentes e secretários do município. “Essa situação nos fez pensar em um novo organograma. A proposta reduzindo o salário dos gerentes já está na Câmara, agora vou mandar para reduzir dos secretários também”, afirmou.
Segundo ele, os secretários passarão a receber pouco mais de R$ 7 mil, ao invés dos R$ 9.800 atuais. “Acho justo trazer secretários para assumir riscos por R$ 9.800, mas aproveitei a oportunidade pra rever algumas coisas, e vi que há algumas funções para serem criadas”.
O objetivo é diminuir os vencimentos dos 11 secretários para criar cargos operacionais, com salários de R$ 1.600, que irão gerenciar equipes que trabalharão nas ruas. “Em um universo de 2.600 funcionários, não temos nem 5% dos cargos preenchidos por comissionados. Vamos criar esses cargos pensando no crescimento da cidade. Mas eu não vou preencher de imediato. É uma norma programática”, discursou, antes de retirar o projeto do executivo.
Extraordinária
Na quarta-feira, a sessão extraordinária foi realizada normalmente, com a votação de dois outros projetos de leis. Mesmo com a retirada das adequações no organograma, os vereadores comentaram sobre a questão. “Quero votar esse organograma já na próxima sessão, no dia 28. O projeto já está pronto, só precisa diminuir os salários dos secretários até para pagar mais dois novos secretários, de Cultura e de Esporte”, revelou a vereadora Márcia Róttoli (PR).
Ney Marcurio (PT) também se mostrou favorável às alterações, porém discordou do aumento de salário do subprefeito de Martim Francisco, de R$ 5.500 a R$ 7.900, que constava no projeto. “Porque salário de secretário para um subprefeito? Eu defendo (o aumento) desde que ele tenha autonomia para trabalhar, o que hoje não tem”.