Tecnicamente, as embalagens dos alimentos apresentam quatro funções: proteção, comunicação, conveniência e contenção. Segundo um levantamento feito pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Alimentos, no Departamento de Engenharia Química da UFPR (Universidade Federal do Paraná), em cada 10 compras, sete compras de alimentos são influenciadas pelas embalagens.
Não é pouca coisa e destaca a importância no nosso dia a dia, inclusive, para a nossa saúde. Ajudam na retenção ou manutenção do sabor dos alimentos, além de evitar a absorção de aromas ou sabores indesejáveis. Portanto, a embalagem não deve influenciar no sabor do alimento, mas tintas de impressão, materiais de limpeza, combustível do transporte, ambiente de estocagem, entre outros, têm odores que podem penetrar a embalagem e atingir os alimentos, prejudicando não apenas sua qualidade, mas também sua vida útil.
Por meio das embalagens, os alimentos ainda ficam protegidos contra microrganismos deteriorantes, tais como fungos e bactérias que estão naturalmente presentes no meio ambiente. Sem as embalagens esses microrganismos encontram no alimento nutrientes necessários para a sua multiplicação. Mas e a diferença entre cada embalagem? Vamos lá. A embalagem de vidro é uma excelente barreira contra formação de gases e odores, além de garantir a estabilidade de pigmentos e vitaminas.
O vidro começou a ser amplamente utilizado para guardar alimentos, por ser impermeável e ao mesmo tempo transparente. Apresenta maior durabilidade, resistência e impermeabilidade. E é mais indicado para armazenar alimentos perecíveis como conservas e molhos. Além disso, o vidro esverdeado ou de cor âmbar, por exemplo, funciona como uma ótima proteção contra a luz, “preservando eventuais compostos antioxidantes presentes em alguns produtos, como o azeite, vinho e cerveja.
E o plástico? É aliado ou vilão? O plástico pode apresentar problema de migração de componentes quando é aquecido (em micro-ondas) ou quando é produzido com aditivo para oxibiodegradar. Isso gera microplásticos, ocasionando migração dessas micropartículas ou nanopartículas aos alimentos ou bebidas em que se encontram acondicionadas.
E estudos demonstram que microplásticos e nanoplásticos podem acumular-se no organismo e, podendo ser associados a alguns distúrbios ou doenças. Além disso, é um material com menor durabilidade, que tende a impregnar-se com o cheiro, a cor e o gosto dos alimentos que foram armazenados. Assim, são recomendados para o acondicionamento de alimentos secos, que não precisam ser aquecidos, como alimentos em pó, grãos e sementes.
Importante destacar que a indústria de embalagens para alimentos tem tido cuidado especial, além de seguir normas e legislações específicas para uso de tipos de embalagens para os alimentos. E mesmo o uso do plástico deve respeitar vários critérios/requisitos sanitários e apresentar isenção de migração de componentes aos alimentos.
Já as embalagens metálicas de alimentos industrializados (tais como latas de sardinha e atum) são fabricadas com camadas que protegem a composição metálica do alimento. São consideradas seguras para os consumidores e a dica é apenas observar se as latas não apresentam oxidação, amassamento ou fissura que podem comprometer a qualidade do produto final. No entanto, depois de aberta, a embalagem de metal perde sua eficácia em relação à proteção do alimento, já que pode ocorrer a migração de compostos da embalagem metálica para o alimento ou, em menor escala, pode haver doação dos metais constituintes da lata. Então, fica a dica! (Com informações do Viver Bem)