No segundo capítulo de seu bate-papo no Boteco, o ex-volante de Corinthians e Palmeiras, Amaral, aborda curiosidades do período no Timão e conta como se divertia na festa com os jogadores.
Boteco – No Corinthians, você pegou uma época do Oswaldo de Oliveira…
Amaral – Peguei uma época do Oswaldo de Oliveira no Campeonato Paulista, nós fomos campeões juntos, um excelente treinador, pessoa que eu admiro bastante, a gente tem amizade até hoje.
Boteco – Em uma entrevista ao Boteco, o Gilmar Fubá disse que alguns jogadores chegavam de ressaca, aí o Oswaldo mandava descansar e falava que estavam fazendo academia e ninguém ficava sabendo. O Oswaldo era parceiro neste sentido?
Amaral – Sim, às vezes, sim, o Oswaldo chegava, via que o jogador não estava legal: “para você não passar vergonha, fica lá no Departamento Médico que eu seguro a onda”. É legal, protegia o jogador, protegia o seu grupo, né?
Boteco – Hoje em dia se fala muito que o time precisa de tempo para treinar, tempo para treinar… E o Gilmar neste mesmo dia falou que aquele time do Corinthians praticamente não treinava direito, mas que quando chegava em campo todo mundo sabia o que fazer. Não treinava realmente?
Amaral – Treinar, treinava, mas era um treino mais leve, porque quando você tem um resultado, o treinador pega menos, mas quando você não tem um resultado, aí o treinador quer mostrar trabalho para a imprensa, entendeu? Então por isso que hoje nego faz treinamento fechado, porque às vezes os caras não estão nem treinando, os caras só estão conversando, fazendo uma descontração, entendeu? Se abre o treinamento com o time em uma má fase, aí nego já começa a falar, entendeu?
Boteco – O Rincón era uma espécie de técnico também em campo?
Amaral – Ah, tinham vários líderes, como o Rincón, o Gamarra, o próprio Vampeta, Marcelinho Carioca, Edílson, Ricardinho, né, o Silvinho. Neste aspecto o time era bem servido.
Boteco – Você sempre foi de se dar bem com todo mundo?
Amaral – Sempre, graças a Deus, eu nunca fui de ter atrito com ninguém, às vezes as pessoas tiveram atrito comigo, mas eu nunca tive atrito com ninguém, até hoje eu tenho um carinho de todos os clubes, até daqueles times que eu não joguei eu tenho carinho, acho que pela simplicidade, pela humildade, nunca provoquei o adversário, nunca critiquei uma camisa, né? Sempre quando joguei no Palmeiras, defendi meu salário, quando joguei no Corinthians, também defendi meu salário, no Vasco, então eu acho que sou um cara abençoado por Deus por ter a aceitação de todas as torcidas.
Boteco – Você também gostava um pouco de festa, era da turma do Edmundo e do Edílson? Qual era seu lado? Não ia para as festas ou ia, mas ficava mais tranquilo?
Amaral – Eu sempre fui um cara que nunca bebi. Nunca bebi e as festas quando os caras me convidavam, eu ia, curtia bastante mesmo. Dançava, tocava, entendeu?
Boteco – Tocava pagode?
Amaral – É, às vezes os caras falavam: “pô, Amaral, você fica dançando a noite toda”. Eu falava: “porque enquanto vocês estão bebendo, eu tô dançando para me condicionar, porque dentro de campo eu vou correr pra vocês”.
Boteco – Amaral volta, no último capítulo de seu bate-papo, para abordar curiosidades e temas gerais, incluindo Mogi Mirim, Rivaldo e a adaptação ao idioma italiano.