sábado, novembro 23, 2024
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Amaral recorda título da Copa do Brasil e atuação na Libertadores

De volta ao Boteco, o volante Amaral recorda a histórica conquista da Copa do Brasil pelo Paulista, em 2005, e a experiência de disputar a Libertadores da América.  
Boteco – O que te marcou na conquista da Copa do Brasil?
Amaral – A gente só enfrentou times da Primeira Divisão. Ganhamos do Juventude, depois, Botafogo, primeira vez no Maracanã. Aí a gente foi passando, começamos a ganhar confiança. Vem Figueirense, depois Inter. Confiança nossa era muito grande, só tinha moleque e mais uns dois, três experientes. A gente viu que tava no topo, que podia ser campeão, quando a gente passou o Inter nos pênaltis e depois o Cruzeiro do Fred. Eu lembro que nós ganhamos de 3 a 1, no jogo de volta, o Fred tinha feito três gols em 15 minutos. Falei: nossa, hoje nós vamos tomar uma sacolada. Aí no final, o Cristian achou dois chutes lá, os dois gols iguais, desviou na barreira e matou o Fábio. A gente acabou classificando. Aí final contra o Fluminense, ganhamos de 2 a 0, um time monstro do Fluminense, Abel era treinador.
Boteco – E na final, o que você lembra de marcante?
Amaral – Primeiro jogo, em Jundiaí, estádio lotado. E a gente tinha uma tática. Nosso time era leve. Então se molhava o campo antes e no intervalo. Os caras não conseguiam marcar. E o Fluminense foi lá e tomou de 2 a 0, não viram a cor da bola. Aí nos preparamos a semana inteira. Chegamos no Rio, quase que a gente não chega a tempo pro jogo. A torcida do Fluminense, ali na barreira do Vasco, em São Januário, quebrou nosso ônibus todo. Era muita tijolada. A gente chegou sem vidro. Ficamos deitados no chão, o ônibus moído. Chegamos no jogo, Fluminense mais de 50 bolas na área, com Tuta, chutes no gol. E a gente também tinha torcedores do Vasco, Flamengo, que apoiavam a gente. A pressão no de campo foi grande, a gente fez um trabalho para superar essa pressão, de marcação, cabeceio. E a partir daquele momento a gente viu que não ia entrar nenhuma bola e não entrou. Aí comemoramos, aquela festa. E como vai embora agora com ônibus sem vidro? Fomos sair do estádio 3 da manhã, pro hotel. Divertimos, tomamos cerveja.
Boteco – Como foi a festa?
Amaral – A gente tinha que viajar no outro dia de manhã já, aí ninguém dorme, cervejada, festa. A gente tinha comprado tinta pra pintar o cabelo, todo mundo pintou de tricolor, o Paulista era tricolor. No avião, todo mundo com o cabelo pintado, escorrendo pelo rosto. Aí encontramos com a Paula Toller, do Kid Abelha no voo. Tiramos foto com ela, demos o troféu pra ela tirar foto. Mas quando chegamos em Jundiaí, nunca vi tanta pessoa na minha vida. Cidade inteira parou, dois Corpos de Bombeiros, andamos a cidade, o prefeito deu ponto facultativo, ninguém trabalhou, ninguém estudou, numa quinta-feira. Parou tudo, faculdade, firma e todo mundo foi pra rua. Lembro que andamos lá não sei quantas horas com caminhão de bombeiros, cerveja, todo mundo daquele jeito já. Aí depois daquilo, classificamos para a Libertadores.
Boteco – E na Libertadores, alguma curiosidade?
Amaral – Paulista foi inventar de viajar de terno e mandou fazer uns ternos pra nós fora de esquadro, grande, parecia jogador de futebol americano. Fomos pro Equador, empatamos 1 a 1 lá. Voltamos, depois viajamos pra jogar contra o River no Monumental de Nuñes, estádio lotado, o River era muito bom, tinha o goleiro da seleção, que era o Lux, goleiro em quem eu fiz o gol no jogo de volta. Primeiro gol internacional do Paulista, em Jundiaí, eu que fiz. Fiquei marcado, contra o River, de fora da área. Goleiro da seleção argentina. Ganhamos. Aí fui vendido ao Vasco.
Boteco – Amaral volta para contar episódios curiosos no Vasco, com Eurico, Edmundo, Renato Gaúcho e Romário.

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